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Uma rede de solidariedade para amenizar a fome

ago 1, 2014

Levando o excedente a quem precisa, os bancos de alimentos combatem ao mesmo tempo o desperdício e a subalimentação

capaagostoEste ano, os agricultores de chuchu do norte do Paraná viram suas plantações totalmente carregadas. Eles conseguiram o que se pode chamar de uma safra perfeita. A produção, de tão grande, não pôde ser totalmente absorvida pelo mercado regional. E o que, à primeira vista, parecia ser uma boa notícia, se transformou em desperdício. Uma quantidade enorme de chuchus passou do ponto sem que sequer tivesse sido colhida. Fora do padrão considerado ideal pelo mercado, outros tantos foram deixados para trás. Toneladas apodreceram nas plantações.

Houve produtor que quis doar o excedente, mas a dificuldade foi encontrar interessados que pudessem ir até as propriedades para buscar os chuchus.

Todos os anos, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos – o que corresponde a um terço da produção mundial – vai direto para o lixo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O custo dessa perda chega a 750 bilhões de dólares. O prejuízo, no entanto, não é apenas de ordem econômica.

Mesmo que, ao longo da última década, o mundo tenha conseguido reduzir o número de famintos, cerca de 842 milhões de pessoas – ou uma em cada oito no mundo – ainda passam fome. Além disso, há a subnutrição. De acordo com a FAO, dois bilhões de pessoas sofrem de carência de vitaminas e outros nutrientes essenciais.

Para sensibilizar a população quanto ao problema do desperdício de alimentos no país, o governo da França lançou uma campanha nacional. Segundo estudos, cada cidadão francês descarta 20 quilos de comida por ano, sendo que sete quilos são jogados no lixo ainda em suas embalagens originais. Para alcançar a meta de reduzir o desperdício à metade até 2025, o governo está disposto a facilitar as doações de alimentos às associações que trabalham com populações carentes.

No Brasil, o desperdício de alimentos chega a 40 mil toneladas por dia. A estimativa é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que calcula que o total acumulado em um ano seria suficiente para alimentar 19 milhões de pessoas todos os dias. A pergunta é como fazer com que esses alimentos, em vez de serem desperdiçados, alcancem as mãos de quem necessita deles. Uma das respostas possíveis é: por meio de bancos de alimentos.

Bancos de alimentos são instituições sem fins lucrativos cuja função principal é fazer chegar a quem precisa o excedente de gêneros alimentícios em boas condições de consumo. Desta forma, combate-se o desperdício ao mesmo tempo em que se promove o espírito de solidariedade necessário para se superar a contraditória existência concomitante de sobra de comida e fome no mundo.

Tags: Rotary, Rotary International, Brasil Rotário, 2014, agosto, bancos de alimentos, fome

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