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Saiba como o Rotary pode colaborar com a Operação Acolhida e o processo de interiorização dos imigrantes venezuelanos

out 30, 2018

Desde que a crise migratória explodiu em Roraima, muitos Rotary Clubs da região têm oferecido auxílio sob a forma de doações e trabalho voluntário. Agora os rotarianos de todas as regiões do país são convocados para uma nova etapa desse trabalho humanitário, tão ou mais importante que a primeira: facilitar a interiorização de imigrantes venezuelanos por meio da empregabilidade para que eles possam viver em outras partes do Brasil.

Com a intenção de tirar essa parceria do papel, o diretor Paulo Zanardi convidou o coronel Silva Azevedo, chefe de Operações Logísticas do Exército, para falar em Fortaleza sobre a Operação Acolhida, ação inédita que vem sendo conduzida pelo governo federal e as Forças Armadas. Os abrigos foram montados em Boa Vista, capital do Estado, e no município de Pacaraima.

No dia 31 de agosto, quando conversou com a Rotary Brasil, o coronel Silva Azevedo estimava em 6.000 o número de imigrantes venezuelanos desassistidos na região. Desse total, 4.800 estavam abrigados nas estruturas montadas pelo Exército. Os demais permaneciam nas ruas.

Antes de irem para os abrigos, eles passam por postos de triagem onde são imunizados contra diversas doenças, ganham CPF e carteira de trabalho. Esse acolhimento conta com o apoio da Agência da ONU para Refugiados e o Ministério do Desenvolvimento Social.

Eles estão prontos
“O imigrante só é interiorizado quando possui toda a documentação necessária para que possa conseguir emprego”, explica o coronel. “Estes 4.800 abrigados estão aptos para a interiorização, só basta receberem uma oportunidade em outros Estados.”

Até o momento, 1.000 venezuelanos ganharam trabalho e estão vivendo em outras cidades brasileiras. Para que o processo acelere, o governo federal vem sensibilizando empresários.

Metade dos abrigados em Roraima têm ensino médio completo e 33%, curso superior. “Vemos muita gente qualificada, engenheiros, médicos, professores”, disse o coronel, aventando a possibilidade de que estes últimos, por exemplo, sejam contratados para lecionar espanhol em nossas escolas. “O imigrante não é o problema. Ao contrário, ele é a solução de muitos problemas.”

Como podemos ajudar?
“O Rotary já está presente conosco em Boa Vista, participando das reuniões, oferecendo doações, mas também pode ajudar com esse trabalho de sensibilização em outras regiões”, disse. “Como formadores de opinião e pessoas influentes, se os rotarianos levarem essas informações sobre a Operação Acolhida e a interiorização para suas comunidades, já estarão dando uma grande ajuda.”

Em Porto Alegre, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul abriu uma linha de crédito para as empresas que contratarem imigrantes – não apenas da Venezuela, mas de qualquer país. Há histórias de postos de trabalho oferecidos não apenas em Roraima e Manaus, mas em São Paulo, Brasília e cidades de pelo menos nove Estados.

Aos que justificam a impossibilidade de ajuda aos venezuelanos com o argumento de que os próprios brasileiros enfrentam uma grave crise econômica, Silva Azevedo argumenta: “Se não apoiarmos esses imigrantes, a nossa própria situação ficará bem pior, porque teremos uma crise humanitária sem precedentes no Brasil. Este não é um problema regional, mas nacional. E estamos preocupados, porque há uma tendência de o número de imigrantes aumentar em curto ou médio prazo.”
“O brasileiro é acolhedor”, disse, explicando que um dos fatores para o sucesso da participação brasileira na missão de paz da ONU no Haiti foi o espírito do nosso povo. “Os imigrantes venezuelanos são seres humanos que precisam de apoio, por isso temos que ajudá-los. Nosso país é formado por imigrantes. O Brasil tem espaço para todos.”

Se você ou seu Rotary Club quiserem colaborar com a Operação Acolhida e a interiorização dos imigrantes venezuelanos, entre em contato com Mancio Zacharias Mártyres, governador do distrito 4720, pelo e-mail mancio@pronto.net.br

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