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Rotary trabalha pela melhoria da saúde em Uganda

abr 6, 2015

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Por milhares de anos, os pigmeus batwa viveram ao lado dos gorilas de montanha na floresta Bwindi, no sudoeste de Uganda. Visando proteger os animais, em 1992 a floresta foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, o que fez com que o povo batwa tivesse que deixar o lugar em que moraram por tanto tempo.

Forçados a transitar de uma cultura de caçadores e catadores de alimentos para lavradores, os pigmeus não se adaptaram ao novo estilo de vida e sua sobrevivência ficou comprometida.

Nos últimos anos, rotarianos dos Estados Unidos, de Uganda e de outras partes do mundo passaram a ajudar o povo batwa. O benefício mais recente foi a abertura de uma escola de enfermagem para servir todo o sudoeste do país.

O Dr. Scott Kellermann, rotariano da Califórnia, tomou conhecimento das dificuldades dos batwa em 2000, quando viajou com sua esposa Carol ao país africano em uma missão médica. “O que vimos foi chocante; pobreza extrema, inexistência de serviços de saúde e de escolas, falta de água e saneamento, e alimentação precária”, conta.

Kellermann constatou que 38% destes pigmeus morrem antes de completar cinco anos de idade, taxa duas vezes mais alta que a verificada no país inteiro. Entre os batwa, a expectativa de vida é de somente 28 anos.

CONSTRUÇÃO DO HOSPITAL

Logo após sua visita, Kellermann e Carol decidiram ajudar os batwa. Eles venderam todos os seus bens e se mudaram para Uganda, onde ficaram até 2009. O começo se deu de forma rudimentar, com clínicas improvisadas embaixo de árvores e bolsas com soro penduradas em galhos. Mesmo assim, eles atendiam uma média de 300 pacientes por dia, chegando algumas vezes a 500. Isso levou à abertura de uma fundação e também do hospital comunitário de Bwindi.

As conexões de Kellermann no Rotary o ajudaram a equipar o estabelecimento. Rotarianos dos Estados Unidos, de Uganda e de outras partes do mundo se juntaram em vários projetos financiados com subsídios da Fundação Rotária para fornecer centro cirúrgico, clínica dentária, geradores, painéis solares, água potável, saneamento, além de treinamento para ensinar os pigmeus a criarem animais e, assim, aumentar seu consumo de proteína. Com estas benfeitorias, a taxa de mortalidade infantil caiu para 6%, e o número de mulheres que morriam em trabalho de parto baixou 60%.

“O Rotary é realmente incrível”, diz Kellermann. “Os rotarianos não somente doam dinheiro como também acompanham o desenrolar dos projetos. Além da construção do hospital, os rotarianos viram que era preciso fazer mais para evitar a ocorrência de doenças.”

Graças a um projeto de combate à malária, foram distribuídos mosquiteiros para várias famílias. “Em 2006, até duas crianças morriam de malária toda semana”, lembra Kellermann. “Depois que o Rotary entrou em cena distribuindo 25 mil mosquiteiros, passaram-se nove meses sem que uma única criança sequer morresse em decorrência da doença. A taxa de mortalidade caiu 90% desde então.”

ESCOLA DE ENFERMAGEM

Alguns anos atrás dois empreendedores, James Jameson e Steve Wolf, conheceram Kellermann enquanto estavam na área para ver gorilas. Quando souberam da necessidade de haver uma escola de enfermagem para servir à região, os dois contribuíram mais de 650 mil dólares para os trabalhos de planejamento, design e construção do estabelecimento. A escola de enfermagem Uganda Nursing School Bwindi abriu suas portas em novembro de 2013, e os dois amigos pagaram as despesas da enfermeira padrão Jane Anyango para viajar e fazer mestrado em enfermagem na Universidade Queen Margaret, na Escócia. Com esta credencial, após seu retorno Anyango assumiu a função de principal tutora de ensino na Escola Bwindi. Dedicada, a dupla também doou iPads carregados com um ano letivo de livros de enfermagem a todos os estudantes da escola.

No ano passado o ex-vice-presidente do Rotary, Jerry Hall, liderou uma equipe de formação profissional de professores de enfermagem que passou duas semanas criando currículo, diretrizes e técnicas de administração para a escola africana. Hall, que conheceu Kellermann na época em que foi diretor do Rotary, tornou-se consultor de estratégias para o hospital de Bwindi.

O clube de Hall (Rotary Club de Reno, EUA), junto com rotarianos de Kihihi, em Uganda, e outros 18 clubes levantaram 67 mil dólares para um projeto de Subsídio Global cujo total chegou a 247 mil dólares, que foi usado para comprar móveis, materiais escolares e equipamento de laboratório para a escola de enfermagem.

Hall disse que após o regresso da equipe de formação profissional, um membro da equipe associado à Universidade de San Francisco providenciou o acesso de Anyango aos recursos digitais da instituição. Outro membro forneceu pen-drives cheios de materiais de enfermagem para a escola.

“Em Uganda, nenhum outro estabelecimento do tipo tem os recursos tecnológicos da escola de enfermagem”, menciona Hall. “O presidente do Conselho de Enfermagem de Uganda compareceu à cerimônia de abertura da escola e ficou admirado com os recursos que viu.”

“Depois que os estudantes terminam o programa, eles voltarão a suas comunidades e poderão dar uma assistência melhor à população, como em trabalho de parto e cuidados de pré-natal, serviços que ainda não são prestados na região.”

* Rotary News (Arnold Grahl)

Tags: Rotary, Rotary International, 2015, saúde, Uganda

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