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Rotarianos: coexistir nas diferenças

jan 22, 2014

O ser humano é um ser social. Somos seres gregários e comunitários.

Apenas bem nos desenvolvemos e atravessamos a fronteira do tempo pela cooperação e pertencimento. Àqueles que não o fizeram, nada restou. Definharam e seu legado ficou perdido entre as noites. Foi por meio do viver coletivo que se obtinha a caça. Pelo compartilhar das horas que se sobrevivia. Pela proximidade se aprendia e pela relação que se perpetuava.

Pois bem, companheiros rotarianos: cá estamos! Vida eterna aos nossos antepassados! Melhor dizendo: “eterna enquanto dure”.

Existem maneiras e maneiras de se conviver e todas elas servem para sobreviver e apenas uma para viver:

Sobrevivem os sócios e seus interesseiros;

Sobrevivem os políticos e seus partidários;

Sobrevivem os maus que atraem os cúmplices.

“O comum dos homens mantém relações. Os príncipes têm cortesões. Só os virtuosos possuem amigos” disse Voltaire.

Vivem os amigos!

Calma lá intrépido rotariano. Não vá se colocando de pronto entre estes. Há antes que refletir.

Ao mesmo tempo em que se vive coletivamente, deve-se existir individualmente. Na convergência destas duas vertentes podem surgir dificuldades e desacertos, afinal somos mais de um dentro dos nossos clubes, com nossas subjetividades e idiossincrasias. Por mais parecidos que sejamos tão diferentes o somos.

Assim é que a diversidade de personalidades deve antes e em primeiro ser aceitas. Não apenas toleradas, e jamais repudiadas.

A capacidade de mudar o outro se resume na capacidade de mudar apenas a si mesmo. Então tudo muda.

A minha verdade, por mais obtusa que possa vos parecer, continua sendo a minha verdade.

“A verdade não está no homem, a verdade está entre nós” disse Sócrates.

Talvez a cooperação do passado tenha cedido à competição atual, que propiciou a disputa, trazendo em seu bojo a rivalidade e por fim a agressividade.

O sentimento da cooperação está no cerne do ideal rotário: “Dar de Si Antes de Pensar em Si” falou o sábio Paul Harris.

Companheiros (“cum panis”), o somos sim, pois compartilhamos um pão chamado servir. A virtuosidade rotária é coexistirmos em nossas diferenças. Assim são os amigos.

* O autor é José Milton Castan Jr, psicoterapeuta e associado ao Rotary Club de Sorocaba.

** Foto: Stock.XCHNG.

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