Em seu calendário anual, o Rotary dedica o mês de maio aos jovens, enfatizando assim a importância que atribui às novas gerações e ao seu caminho de Serviços à Juventude.

Um caminho que, sem dúvida, constitui-se hoje uma de nossas maiores fortalezas e, certamente, faz por merecer que o Conselho Diretor do Rotary International se dedique constantemente, como o faz, a monitorar e tomar decisões que assegurem e aumentem a participação ativa dos jovens no Rotary.

Sócrates (470-399 a.C.) disse a seu discípulo Platão: “Com essa juventude, imagino que a humanidade não tem futuro, perdeu todo o interesse pelo conhecimento e pela verdade, e esta se identifica com o bem moral. Em consequência, as gerações futuras não poderão fazer o bem”.

Quão equivocado o filósofo grego estava ao prever o futuro. Quantas gerações depois dele desenvolveram o conhecimento e praticaram o bem, consolidando assim a verdade filosófica e o bem comum – e entre essas gerações, e desde o início do século 20, um grupo especial chamado de rotarianos e rotaractianos, convocados para esse fim por um jovem de nome Paul Harris.

É que ao longo do tempo ficou demonstrado que não há uma geração melhor do que a outra, que cada uma ocupa o seu espaço e contribui para a evolução ao longo do seu tempo histórico.

A juventude é um estado de ser que se valoriza e dá sentido à vida de acordo com as experiências que sustentam cada geração.

Recorrendo ao pensamento de Ortega y Gasset, bem poderíamos afirmar que cada geração é a soma de suas circunstâncias e estas são, sem dúvida, as que as moldam e fazem de cada uma delas algo especial em sua contribuição para o desenvolvimento das ideias.

Hoje a inteligência artificial refina, todos os dias, algoritmos e aperfeiçoa a engenharia, e tudo isso foi descoberto e desenvolvido por mentes brilhantes de jovens, a maioria das quais ainda não completou 33 anos.

Desde o século 21, dizemos respeitosamente ao grande mestre Sócrates que acreditamos, sim, na juventude e que o presente e o futuro da humanidade já estão em suas mãos.

Por essa razão, os jovens de hoje não são o futuro do Rotary, eles são o presente, que já parece bem-sucedido.

A juventude de hoje não mais se reúne em torno de ideologias ou é atraída por retóricas, mas se reúne e age com base em “causas”. Entender isso e assimilá-lo à cultura da nossa organização faz parte da mudança que o Rotary e os Rotary Clubs de todo o mundo devem levar em consideração e valorizar.

* O autor é Julio César Silva-Santisteban Ojeda, diretor 2021-23 do Rotary International.