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Programa apoiado pelo Rotary visa aproximação entre adolescentes palestinos e israelenses

jan 28, 2015

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Em meados de 2014, estudantes palestinos e israelenses passaram um dia em Encinitas, na Califórnia, desenhando retratos uns dos outros e aprendendo a conviver em paz.

Kelly Mellos, do Rotary Club de Encinitas Coastal, diz que desenhar alguém que está perto de você ajuda a quebrar barreiras sociais. “Eles passam a ver que têm mais semelhanças entre si do que pensavam e, no processo, vêm o respeito e a confiança.”

Anualmente, o Hands of Peace congrega jovens muçulmanos e judeus de Israel e da Palestina com pessoas da mesma faixa etária de diferentes religiões que vivem na Califórnia. Os participantes passam 18 dias conversando, fazendo dinâmica de grupo e exercícios de integração de equipe. O Hands of Peace foi criado em Chicago há 12 anos, e em 2014 passou a fazer atividades na região de San Diego.

Facilitadores profissionais lideram as sessões, nas quais os adolescentes aprendem sobre diferentes culturas e religiões e são expostos a uma variedade de perspectivas quanto ao conflito no Oriente Médio. O objetivo do programa é fazer com que os participantes apliquem o que aprenderam para se engajarem em trabalhos de instauração da paz diariamente em sua vida pessoal e comunitária.

ENVOLVIMENTO DO ROTARY

Os jovens são hospedados em casas de família, inclusive de rotarianos, os quais ajudam em fóruns comunitários, seminários, etc. Os Rotary Clubs de Encinitas Coastal e de La Jolla Golden Triangle, na Califórnia, e o Rotary Club de Glenview-Sunrise, no Estado do Illinois, dão o suporte financeiro para o Hands of Peace.

Kelly se envolveu com o programa depois que Scott Silk, atual diretor da Hands of Peace em San Diego, visitou seu clube dois anos atrás. Ela criou o workshop de artes por acreditar no poder desta disciplina em estabelecer laços entre as pessoas.

Jim e Gail Tatsuda começaram a hospedar os participantes do Hands of Peace após assistirem a uma palestra no Rotary Club de Glenview-Sunrise, perto de Chicago. Eles já hospedaram quatro jovens. Gail, que é judia, lembra-se que ficou emocionada com a preocupação da mãe do muçulmano Mohammed, o segundo estudante que hospedou, quando ficou sabendo que ela estava com gripe forte.

“Ela ligava todas as manhãs para falar com seu filho, e de repente as ligações passaram a ser para mim, ocasiões em que ela perguntava se eu estava tomando o suco de limão e mel três vezes ao dia como ela recomendou. Eu me pus a pensar, como judia, que pelo telefone eu tinha me tornado amiga de uma muçulmana que vive do outro lado do mundo. Se isto aconteceu comigo, imagino o grau de amizade que estes adolescentes do Hands of Peace formam, depois de passarem tantos dias juntos.”

PARTICIPANTES FALAM DO PROGRAMA

“As conversas podem ser intensas e foi uma surpresa ouvir coisas que desconhecia”, disse a judia Hagar. “Eu sabia que o programa me ajudaria a mudar a forma como vejo os palestinos; o que eu não esperava era ficar amiga deles. Nós passamos a nos falar sempre.”

Em Israel são realizados workshops em diferentes épocas do ano, dando aos ex-participantes a chance de continuar em contato. Hagar agora está ajudando um jovem de Tel Aviv a organizar uma partida de futebol entre israelenses e palestinos em Nazaré.

Roxanne, estudante do ensino médio da Califórnia, participou do programa no ano passado, ocasião em que tropas israelenses estavam ocupando a Faixa de Gaza.

“Ficamos apreensivos, pois não sabíamos se as pessoas começariam a discutir ou a se fechar em seus grupos. Até que uma israelense se levantou e abaixou a cabeça. Os outros seguiram seu exemplo e todos começaram a chorar e a se abraçar. Foi incrível. A amizade que fizemos provou ser mais forte do que as diferenças que teimam em querer nos separar.”

Saiba mais sobre o Hands of Peace

* Rotary News (Arnold Grahl)

** Foto: Kelly Mellos

Tags: Rotary, Rotary International, 2015, Hands of Peace

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