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“Um negócio que não produz nada além de dinheiro é um negócio pobre.” – Henry Ford

O que é ser cidadã? Para entendermos isso, comecemos com a definição de cidadania como o exercício dos direitos e cumprimento dos deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. Etimologicamente, cidadania vem do latim civitas (cidade), sendo considerado cidadão ou cidadã o habitante da cidade. Desde a Antiguidade, o conceito de cidadania foi sendo modificado para um conjunto de valores sociais com o objetivo de eliminar os desníveis. Nesta visão, o artigo quinto da Constituição brasileira reza: “Todos são iguais perante a lei”. Essa igualdade de tratamento é encontrada em alguns países, contudo, no Brasil, a realidade é bem diferente, uma vez que a população distante dos grandes centros padece de atendimentos básicos.

Os conceitos acima se referem à pessoa física. Possuidores de uma nacionalidade são cidadãos daquela pátria. Diante disto, perguntamos: o conceito de cidadania pode ser aplicado a uma empresa? Hoje se entende por empresa cidadã aquela que cumpre responsabilidade social. O que era – e é – dever do Estado passou a ser dividido com as empresas.

Será que entre os empresários há unanimidade na aceitação desse acréscimo à atividade empresarial? Entendemos que não, haja vista o exemplo do economista e teórico do século 20 Milton Friedman, para quem o objetivo da empresa é “maximizar o retorno aos seus acionistas, e que já que só as pessoas podem ter responsabilidade social, as empresas são responsáveis apenas perante os seus acionistas e não para a sociedade como um todo”. Isto posto, para responder à pergunta do título, podemos dizer que a cidadania empresarial pode estar focada em três aspectos: usufruir benefícios da legislação, produzir publicidade favorável, e praticar altruísmo.

O Rotary nos ensina que o servir deve ser altruísta e o lema rotário Dar de Si Antes de Pensar em Si é o norte também para o empresário, pois deve partir dele a decisão de dar a sua empresa o privilégio de ir além da busca pelo lucro. A Associação Brasileira da The Rotary Foundation (ABTRF), braço da Fundação Rotária, criou essa possibilidade para a empresa tornar-se cidadã ao contribuir com pelo menos 200 reais mensais por um ano ou mais, quando receberá um reconhecimento. A contribuição é destinada a projetos da Fundação Rotária no Brasil. Assim, facilita-se o envolvimento do empresário nas mais variadas ações para melhorar as condições sociais da população, e a empresa insere-se na responsabilidade social.

Ser empresa cidadã é mais do que receber um diploma de mérito: é estar presente na transformação da sociedade. O gesto de doar é abençoado por Deus, cuja Palavra diz: “Mais bem-aventurada coisa é dar que receber” (Atos 20:35). O escritor americano Ernest Hemingway doou ao Santuário da Virgem, no leste de Cuba, onde vivia, o valor do Prêmio Nobel de Literatura que recebeu por O velho e o mar. Ele nos deixou uma preciosa lição ao dizer: “Você não possui realmente uma coisa enquanto não a dá para alguém”.

A empresa Pires do Rio – Citep Comércio e Indústria de Ferro e Aço Ltda. foi a primeira a contribuir para a ABTRF, em 29 de setembro de 2004. Hoje já são 1.149 empresas espalhadas pelo Brasil, totalizando uma contribuição de 3.751.938,72 dólares. Companheiros empresários, que tal colocar no orçamento da sua empresa uma contribuição para a ABTRF, tornando-a uma empresa cidadã?

* O autor é Gerson Gonçalves, diretor 1993-95 do Rotary International, diretor da ABTRF, governador 1978-79 do distrito 4710 e associado ao Rotary Club de Londrina-Norte, PR.

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