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ACERVO

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No Rotary International, setembro é o mês que dedicamos todas as nossas atenções às Novas Gerações, e é sobre esse tema que iremos nos pautar nessa mensagem. O presidente Kalyan Banerjee, com a aquiescência do board do Rotary International, me designou como diretor de ligação entre a junta diretiva e o Comitê Internacional das Novas Gerações. Creio que tal indicação advém da minha condição de educador, ou por ter demonstrado em reuniões de que participei, em Evanston e San Diego, preocupação com as crianças, jovens, adolescentes e com aqueles que ainda estão por amadurecer e assumir as responsabilidades de empresários, trabalhadores, professores, médicos, governantes, e principalmente de pai, avô, tio, irmão e outros que se ofertam à convivência em sociedade ética, responsável e cidadã.

Os jovens não precisam ter a atenção dos mais experientes em atitudes paternalistas, egocêntricas ou de apoio a qualquer decisão que eles assumem. O jovem precisa de homens e mulheres amadurecidos que lhes mostrem o caminho da vida, das alegrias, tristezas, vitórias, derrotas, sucesso ou fracasso. Eles necessitam de uma luz que lhes sinalize o caminho.

As novas gerações representam a nossa visão para o futuro, a diferença entre o sucesso e o fracasso, e por isso precisamos começar a construir o futuro com elas já. Se olharmos para a maioria das citações sobre os jovens, encontraremos as mais belas palavras, mas os resultados que almejamos não acontecem. Vamos raciocinar e relembrar: será que as novas gerações se importam com o que nós falamos ou somente se importarão quando souberem que nós nos importamos?

Nos 53 anos que conheço o Rotary e nos 40 como associado, tenho notado que muitos de nós só pensamos nos jovens quando assumimos alguma responsabilidade rotária. É aí que, atabalhoadamente, queremos fazer um Rotakids, Interact, Rotaract, enviar um jovem conhecido para o intercâmbio ou algum apadrinhado para uma bolsa educacional.

Conhecer para realizar

Meus queridos companheiros, estamos no momento de conhecer a nós mesmos para envolver a humanidade. Primeiramente, vamos conhecer a juventude. Saber como ela pensa, como existe, o que pretende. Como é a sua convivência familiar, na sociedade, na vida escolar. Se provém de origem humilde, média ou abastada. Qual é o seu aproveitamento educacional, se já viveu o tão falado bullying, se seus pais vivem bem e são orientadores, amigos, motivadores, ou se precisa de nosso apoio com o carinho que não tiveram e as orientações que não ouviram para o seu sucesso.

Depois dessa prospecção, vamos passar para a realização dos projetos que o Rotary nos recomenda, como o Intercâmbio Internacional de Jovens (projeto que possibilita enfocarmos a vida em sociedade, e muito mais o interrelacionamento entre culturas e costumes diferentes), o Ryla, Prêmio Rotary de Liderança para Jovens (em que rotarianos de sucesso em suas áreas de atuação mostram como ser líder), e Orientação Profissional (mostrando a nossa experiência profissional para que no futuro os jovens assumam condição semelhante).

Este é o espírito do Rotary: demonstrar nosso trabalho por meio da classificação, condição sine qua non para sermos rotarianos. Vamos evidenciar nas comunidades que não somos uma organização de ricos que gostam de comer bem e fazer festa. Para isso, enumeremos os programas educacionais que o Rotary oferece, como os Centros Rotary pela Paz. Esse é um programa ao qual o jovem se afeiçoa, pois ele é idealista, quer a paz, a solução de conflitos. Isto também acontece com as ênfases do Rotary, como o Meio Ambiente, A Preservação das Reservas Hidrominerais, A Educação da Humanidade com Qualidade, A Preservação da Família, e ainda com o conhecimento das novas tecnologias, como Facebook, Twitter, e-mail e tantas outras ferramentas que os jovens dominam e nós não.

Poliomielite

Vamos conversar sobre o combate à pólio, campanha que iniciamos em 1985. Agora falta só um pouquinho para erradicarmos esta terrível doença que o nosso jovem não conheceu, mas da qual já ouviu falar, pois assiste ou participa dos dias de imunização.

Programas com a juventude mudam as vidas dos estudantes e jovens, pois eles aprendem a conviver com a sociedade carente e por si mesmos decidem realizar serviços comunitários e humanitários. A sua integração acaba sendo automática, e a nossa missão terá a adesão da juventude que busca a verdade da vida e não a mentira das drogas ou dos que deles se aproveitam.

Aí, diremos que poderão ser um de nós, não para criarem o seu próprio projeto, mas para que juntos solucionemos os problemas da humanidade. E para acercarem-se de nós existem várias oportunidades, como o Interact, Rotaract, Early Club ou Rotakids – projetos estes que devem iniciar e ter a sua continuidade em total integração com os Rotary Clubs –, e como consequência, os programas que oportunizam às novas gerações.

O Rotary não tem dois caminhos nem direcionamento distinto. O Rotary é um só, e por isso os projetos dos jovens são os nossos projetos, e os nossos projetos são os deles.

Gostaria imensamente que compreendessem o que estou mostrando, e o faço pela minha vida de realização com a juventude, seja como pai, avô, tio, irmão mais velho, professor, diretor de escola, responsável por cerca de 11 mil escolas em São Paulo como presidente da Federação das Escolas Particulares no Estado, como conselheiro e presidente dos Conselhos Municipais de Educação de Osasco e São Paulo. Mas principalmente por ter sido jovem, humilde estudante, líder estudantil e hoje o seu diretor do Rotary, com a responsabilidade de auxiliar a todos que tenham o lema do Dar de Si Antes de Pensar em Si, que estejam empenhados em conhecer a si mesmos para envolver a humanidade, para juntos mostrarmos o caminho para as novas gerações, vivendo um mundo melhor em que as diferenças sociais sejam cada vez menores, para nossa glória e do nosso Pai eterno.

* O autor é José Antonio Figueiredo Antiório, diretor 2011-13 do Rotary International.

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