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Precisamos continuar sensibilizando os líderes para a luta contra a pólio

O ano de 2013 está chegando ao fim. Foi mais um ano de luta pela erradicação da poliomielite no mundo. É hora de refletir e renovar as forças em prol deste nosso objetivo maior. Lideramos este desafio com a Organização Mundial da Saúde, Unicef, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, Fundação Bill e Melinda Gates e governos mundiais, contando com o apoio de muitas outras pessoas e organizações.

A poliomielite é uma doença causada por um vírus membro do gênero Enterovirus da família Picornaviridae, conhecido como poliovírus, e subdivide-se em três sorotipos: 1, 2 e 3. É uma moléstia altamente contagiosa, e afeta principalmente crianças abaixo dos cinco anos de idade. O agente é transmitido através de alimentos e água contaminados, e se multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso.

As primeiras vitórias
Em 1991, ocorria o último caso de vírus selvagem da pólio nas Américas. Em 1994 o hemisfério Ocidental era declarado livre da paralisia infantil.

Em 1995, em apenas uma semana, rotarianos, agentes da saúde e voluntários imunizaram 165 milhões de crianças na China e na Índia. O Rotary lançava o programa Parceiros Polio Plus, permitindo que rotarianos de países livres da doença pudessem dar apoio financeiro a países endêmicos para campanhas de vacinação e outras atividades relacionadas ao combate à doença. Em 1996, o número de nações declaradas livres da pólio aumentou para 150. A incidência da paralisia infantil tornava-se 85% menor do que em 1988. Em 1997, o último caso da doença ocorria na região do Pacífico Ocidental.

Em 2000, 550 milhões de crianças – quase um décimo da população mundial – receberam a vacina oral antipólio. A região do Pacífico Ocidental, indo da Austrália até a China, foi declarada livre da pólio. Em 2003, a Fundação Rotária arrecadava 119 milhões de dólares com a ajuda dos rotarianos. A contribuição total do Rotary à erradicação da doença ultrapassava 500 milhões de dólares. Seis países continuavam endêmicos: Afeganistão, Egito, Índia, Níger, Nigéria e Paquistão.

Em 2004, na África, Dias Nacionais de Imunização foram realizados simultaneamente em 23 países. Esta vasta operação contribuiu para a vacinação de 80 milhões de crianças, o maior esforço coordenado para a erradicação da pólio no continente. Em 2006, o número de países endêmicos caiu para apenas quatro: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Em 2009 a contribuição do Rotary para a iniciativa de erradicação chegou a cerca de 800 milhões de dólares. Em janeiro, a Fundação Bill e Melinda Gates prometeu investir 355 milhões de dólares, contanto que o Rotary arrecadasse 200 milhões de dólares para a iniciativa.

Em 2011, o Rotary lançava a campanha de conscientização pública Falta Só Isto. As contribuições do Rotary à iniciativa ultrapassaram 1 bilhão de dólares.

Em 2012, a Índia não registrou casos de paralisia infantil por um ano inteiro e foi retirada da lista de países endêmicos. A doença passou a existir em apenas três países. E o Rotary ultrapassava a meta de arrecadação de 200 milhões de dólares mais de cinco meses antes do planejado.

E agora?
Ao término do primeiro ano do Plano Estratégico de Erradicação da Pólio 2013-18, como estamos?

O plano constitui-se numa estratégia abrangente e de longo prazo, que aborda o que é necessário para entregar um mundo livre da pólio em 2018. O plano foi desenvolvido pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (Gpei), em consulta com governos, iniciativas globais de saúde, cientistas, doadores e outros interessados em resposta a uma diretiva da Organização Mundial da Saúde.

O ano de 2012 foi bom na história da erradicação da poliomielite. A incidência global da poliomielite havia atingido o ponto mais baixo de todos os tempos, com apenas 223 casos – contra 650 no ano anterior, e 350 mil quando o programa Polio Plus começou, em 1988. O progresso em 2013 foi bem menos positivo.

Os números deste ano
A experiência de mais de 25 anos de história do programa mostra que a interrupção da transmissão da poliomielite exige redução contínua na circulação do vírus da poliomielite e melhorias no desempenho do programa dentro de países endêmicos. Exige ainda ação rápida sobre os surtos existentes e prevenção daqueles que possam vir a aparecer.

Há algumas boas notícias referentes a 2013 para celebrarmos, graças ao programa global. Este foi um ano sem pólio no Chade. Também foi um ano sem aparecimento do vírus selvagem da pólio tipo 3 no mundo. Foi igualmente um ano sem pólio no sul do Afeganistão.

Mas a Nigéria e o Paquistão continuam a propagar o vírus selvagem tipo 1.

O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu em 1989, porém existe a necessidade de altas coberturas vacinais, e de forma homogênea, para que se possa evitar a reintrodução do vírus selvagem a partir dos países endêmicos.

Em 17 de outubro de 2013, foram notificados 22 casos de paralisia flácida aguda na província de Deir ez-Zor, na Síria, e em 29 de outubro dez casos foram confirmados como poliovírus selvagem do tipo 1 nesse país.

Em maio de 2013, a falta de imunidade contra a poliomielite no Nordeste Africano permitiu que o vírus fosse detectado primeiro na Somália, e, logo a seguir, no Quênia e na Etiópia. As campanhas de vacinação foram rapidamente reiniciadas em resposta ao surto.

Vamos continuar fazendo a nossa parte angariando fundos, defendendo a causa e sensibilizando líderes para nos apoiar nos avanços e desafios contra a poliomielite. É importante que os distritos doem 20% de seu Fduc não alocado, pois assim receberemos a contra partida do Fundo Mundial, alavancando as contribuições.

O assunto precisa continuar em nossa pauta até que o nosso objetivo seja atingido. Os últimos surtos são um alerta de que não podemos retroceder. Vamos à luta!

* Os autores são José Carlos Carvalho e Celso Alves, coordenadores regionais da Fundação Rotária para as Zonas Rotárias 22A e 23A, e para a Zona 22B, respectivamente.

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