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Nossa herança para o mundo

abr 2, 2019

Conexão é, para mim, a versão moderna do companheirismo. Aliás, companheirismo é maior do que conexão, é conexão com generosidade, fraternidade e amizade, todas qualidades raras vezes vistas nas redes sociais.

O presidente eleito do Rotary International, Mark Maloney, propõe que a organização conecte o mundo em 2019-20.

Faremos isso expandindo nossos clubes tradicionais e incorporando novos modelos de clubes. Com clubes satélites, em áreas inexploradas, formados por mulheres, jovens, homens aposentados. Nossa mão de obra é o nosso maior patrimônio e não cresce há 25 anos. Nossa conexão é com os potenciais rotarianos que estão no mundo à procura de uma oportunidade de servir. E o nosso desafio é encontrá-los.

Faremos isso reduzindo em nosso continente o número de clubes com menos de 20 associados, que são metade dos clubes que se encontram nas futuras Zonas 27 e 28 – as quais compreenderão Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru, Bolívia e Equador. Em 2012, éramos 98 mil associados, atualmente somos cerca de 92 mil. Precisamos voltar aos números anteriores à crise que se abateu sobre nossa região. Nossa conexão é com os rotarianos destas plagas, que merecem projeção no cenário do Rotary International.

Faremos isso aumentando a captação e o investimento em programas da Fundação Rotária. Promoveremos o intercâmbio de projetos entre países da América do Sul, nossa casa, e outros países do mundo do Rotary. Por meio dos Cadres (equipes de consultores técnicos da Fundação Rotária), qualificaremos os rotarianos para reencaminharem à comunidade o investimento em projetos. Isso é conexão com resultados.

Faremos isso promovendo a imagem positiva do Rotary em ação – beneficiando a comunidade –, seja em programas de testagem para hepatite, seja no Dia Nacional de Vacinação, seja no Dia Mundial de Combate à Pólio, em 24 de outubro. Também celebraremos o maior avanço do Rotary nas últimas três décadas, prova da nossa capacidade de aprendizado e renovação: os 30 anos da admissão das mulheres no Rotary, que hoje constituem 22% do nosso quadro associativo. A conexão é com o futuro, com nossa herança para o mundo.

Faremos isso sem relegar o passado. Uma das metas é celebrar a participação do Rotary na gestação da ONU, em 1946. As impressões digitais de nossa organização estão lá, com mais de 40 delegados rotarianos envolvidos no nascimento da maior instituição de abrangência global – frequentemente criticada, mas imprescindível. Trata-se de uma conexão do Rotary com a agenda da paz no lugar da guerra.

Nessa jornada, um poeta português e um pensador alemão me inspiram: Fernando Pessoa – “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” – e Friedrich Nietzsche – “Aquilo que não me mata me torna mais forte”. Enfrentaremos barreiras, incredulidade, ceticismo, conformismo, preguiça, descompromisso, mas nossa alma não é pequena, ela é grande. E, ao superarmos tais obstáculos, sairemos mais fortes, mais sábios, mais seguros, carregando as cicatrizes do bom combate.

E, acima de tudo, conectados com o mundo. Essa é a nossa missão para 2019-20.

* O autor é Mário César de Camargo, curador 2015-19 da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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