A diretora do programa Polio Plus, Carol Pandak, visitou o Brasil e escreveu um relato para o blog End Polio Now sobre sua participação em um simpósio sobre o assunto e os contatos de cooperação com o governo brasileiro. Confira o texto:

Esta é a minha segunda visita ao Brasil e a primeira vez em muitos anos que o Rotary se reúne oficialmente com o Governo Federal brasileiro para uma discussão profunda sobre formas de colaboração conjunta para acabar com a paralisia infantil no mundo. Isto aconteceu no ultimo dia 12 de Novembro, num simpósio sobre a pólio organizado por Marcelo Haick, líder e voluntário rotário de São Paulo. O encontro aconteceu no hospital Sírio-Libanês e contou com suporte do Governo Federal brasileiro e da Organização Pan-Americana de saúde (OPAS). Eu tive a oportunidade de apresentar o trabalho do Rotary no mundo inteiro para uma audiência que incluía não só rotarianos, mas 50 representantes das principais sociedades científicas brasileiras. Juntos nós discutimos um plano de ação para suportar o fim da pólio no mundo, assim como as atividades necessárias para manter o Brasil e demais países da América Latina livres desta doença.

A transmissão contínua de uma doença terrível e deformadora ao segmento mais vulnerável da população: crianças menores de cinco anos, já faz deste trabalho um assunto de extrema importância. Mas creio que se falharmos, como sociedade, perderemos também um investimento global que agora totaliza mais de 10 bilhões de dólares – incluindo 1,2 bilhão de dólares em doações de rotarianos. Isso poderia fazer com que 200 mil crianças fossem vitimadas anualmente dentro de uma década, e gerar a reintrodução da poliomielite em países já livres da doença.

Comprometimento e parceria

Ao final do simpósio, foi assinada uma declaração de compromisso pela erradicação global entre o Rotary, representado pelo curador Antônio Hallage; a OPAS e o Ministério da Saúde do Brasil. O documento salienta a importância do Brasil na oferta de suporte técnico e troca de experiências para suportar os países que estão ainda lutando contra esta doença sem cura, mas que pode ser prevenida com vacinação. Cláudio Maierovitch, diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, comentou o papel do Rotary, que está envolvido desde o inicio do processo oferecendo apoio aos países que ainda registram casos de poliomielite, e salientou que a conquista da erradicação no Brasil é um exemplo para outros lugares do mundo.

Doação local

Rotarianos que organizaram o evento também anunciaram o comprometimento em doar fundos regionais para a campanha, que graças à parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates, pode significar um investimento total de 250 mil dólares para erradicação da doença. O Rotary doou 6 milhões de dólares para acabar com a pólio no Brasil e 38.5 milhões de dólares para outros países na América Latina. Voluntários membros dos Rotary Clubs no Brasil contribuíram com cerca de 12.5 milhões de dólares para a ação global. No mundo todo, rotarianos já doaram 1.2 bilhões de dólares e incontáveis horas de serviço à causa. Recentemente, em ocasião das comemorações dos 40 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI) brasileiro, o Governo Federal reconheceu publicamente o suporte recebido do Rotary na construção deste programa.

Carol Pandak, diretora de programa Polio Plus

* Fonte: Blog End Polio Now

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