Há muito tempo, o Rotary entrou na vanguarda e criou a área de enfoque Água, Saneamento e Higiene, tema de março em nosso calendário. Sempre tivemos em mente a importância de preservar a mais importante riqueza do nosso planeta azul. Todos somos feitos de água, que é vida, desenvolvimento e sustentabilidade.

Desde pequeno, entendo muito bem a relevância desse tesouro para a civilização humana e a Terra. Nascido no Nordeste brasileiro, de clima semiárido, sei o quanto a água gera progresso e sua falta, estagnação. Ainda muito menino, testemunhei uma cena que não esqueço: uma criança de dois anos chorando ao ver chuva pela primeira vez. Aquilo me fez entender que somos dependentes da água e que por essa razão devemos tratá-la com muito zelo.

Ao redor do mundo, já vi lugares com água em abundância que não pode ser consumida em decorrência de seu mau uso ou pela falta de responsabilidade dos governos e da própria sociedade.

Em meio aos muitos projetos que já conheci relacionados ao tema, alguns chamaram minha atenção, como as cisternas de placas construídas no Nordeste brasileiro que coletam a água da pouca chuva que cai na região para ser armazenada e posteriormente utilizada. Outra iniciativa simples são os chamados kits sanitários, que trazem dignidade e higiene para pessoas muito, muito pobres. Para nós, que somos privilegiados, às vezes é difícil entender a importância de ações assim.

Mas não poderia deixar de citar o Projeto Aguapé, desenvolvido no Rio Grande do Sul. Um trabalho incrível que contempla a limpeza das margens do rio Gravataí e incentiva a educação ambiental da comunidade, inclusive por meio de uma escola ambiental, além de apoiar o policiamento ambiental. É lindo e impactante notar a diferença entre a parte do rio atendida pelo Aguapé e a outra onde o projeto ainda não foi realizado.

Neste mês, gostaria de abordar também a Semana Mundial do Rotaract, entre os dias 11 e 17 de março, reconhecendo assim a importância do Rotaract neste momento em que há tantas dúvidas sobre o assunto. O Elevate Rotaract transformou um programa do Rotary em um tipo de associação, só que nem tudo foi formatado. E por isso ainda restam indagações para rotaractianos e rotarianos sobre, por exemplo, qual seria a posição do representante distrital de Rotaract na estrutura do distrito, algo muito importante para fazer a ligação entre o governador e os rotaractianos. Ou ainda: devemos continuar dando apoio à juventude do Rotaract? Claro que sim. O Elevate não deu um aumento nas condições financeiras dos rotaractianos. E qual seria o limite de idade no Rotaract?

Cuidar dos rotaractianos é cuidar das novas gerações do Rotary. É olhar para o futuro e pensar grande.

Quanto às dúvidas, iremos saná-las até o Conselho de Legislação de 2025. Sejamos generosos, tenhamos paciência e perseverança para fazer o certo e alinhar juntos as diferenças e mudanças.

Nestes dois anos atuando como diretor do Rotary International, tenho ouvido os dois lados e funcionado como mediador de debates imprescindíveis para nossa organização. Com essa troca de ideias, pavimentaremos a estrada do futuro do Rotary.

*O autor é Henrique Vasconcelos, diretor 2023-25 do Rotary International.