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Inspirar

nov 4, 2020

Numa das fábulas de Esopo, mamãe caranguejo disse à sua pequena: “Filha, não ande assim de lado! E não se arraste pela areia molhada enquanto caminha”. E ela respondeu: “Claro, mamãe. Mostre-me como e eu seguirei seu exemplo”. A mais convincente maneira de inspirar é pelo exemplo.

Hoje sabemos da importância do esforço de fundação de novos clubes, porque eles já chegam com a matriz da inovação e com a proposta de um comum entendimento sobre a diversidade, equidade e inclusão, com impacto nas perspectivas individuais. Somos uma família e, seja em clubes antigos, seja em novos, toda a sociedade tem que estar ali representada em faixas etárias, gênero, orientação sexual, profissões etc. O somatório de diferentes maneiras de pensar resultará em um crescimento sustentado do quadro associativo, com impacto positivo nas contribuições e projetos da Fundação Rotária.

No período 1985-86, foi dado início ao desafiante projeto de erradicação da pólio. Onde ele seria implantado? No mundo todo. Um feito quase inacreditável.

A campanha de erradicação da pólio mudou a história do Rotary. Até os anos 1960, o Rotary era apenas uma organização filantrópica. Então, no final da década de 1970, a Fundação Rotária lançou o Programa 3H, quando 6 milhões de crianças foram imunizadas contra a poliomielite nas Filipinas. Nasceu aí um novo Rotary. Todos passaram a mostrar o que “a mão esquerda fazia”, sem que isso significasse uma ostentação e, sim, apenas uma manifestação de amor ao próximo.

O último caso de pólio no Brasil foi registrado em 1989, no Estado da Paraíba. O último caso nas Américas ocorreu em 1991, no Peru.

O Rotary foi a primeira organização a ter a visão de um mundo livre dessa doença, já tendo doado cerca de 1,5 bilhão de dólares e levantado quase 10 bilhões de dólares junto a diversos governos.

As maiores contribuições para o trabalho de erradicação vieram do governo dos Estados Unidos, da Fundação Bill & Melinda Gates e do Rotary International. O mundo agradece por tamanha generosidade!

Se ocorrer uma paralisação da vacinação, teremos uma pandemia. Erradicando a pólio, o mundo passa a ter uma economia de 2,5 bilhões de dólares ao ano, que poderá ser utilizada numa próxima prioridade global.

O Brasil recebeu ajuda externa para eliminar a pólio e a varíola, além da autorização para fabricar as vacinas sem qualquer ônus. Atualmente, a América Latina não é mais considerada pobre pela comunidade internacional. A vacinação em massa, por meio do programa Polio Plus, deu um novo alento ao futuro de todas as crianças.

Os rotarianos são generosos e, neste mês de novembro, todos os Rotary Clubs estão convidados a fazer mais uma contribuição para o Fundo Polio Plus. É bom lembrar que a Fundação Rotária está sendo vítima do sucesso dos Subsídios Globais, levando à exaustão o Fundo Mundial. Essa é a razão do esforço do time da Fundação Rotária, que está verdadeiramente empenhado em pedir que se façam doações ao Fundo Anual a fim de garantir uma boa soma de recursos para utilização em projetos de impacto na comunidade.

O sonho de erradicar a pólio no mundo é quase uma realidade. Hoje o nosso sonho é que 100% dos clubes retribuam com um investimento para eliminar a doença da face da Terra!

Para isso, a melhor maneira é inspirar pelo exemplo: todas as lideranças estão convidadas a fazer uma contribuição para a luta contra a pólio, do tamanho do seu bolso.

* O autor é Hipólito Ferreira, curador 2019-23 da Fundação Rotária.

hipolito@paineira.eng.br

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