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Esperança em continuar lutando contra um flagelo global

dez 6, 2022

Certa ocasião, sentada com um grupo de líderes do Rotary nos arredores de Lusaka, na Zâmbia, pedi: “Levantem a mão aqueles de vocês que já tiveram malária”. Todos levantaram as mãos e passei a ouvir relatos de quem teve malária ou presenciou seus efeitos mais de uma vez, uma doença comum que figura entre as principais causas de morte em muitos países em desenvolvimento.

Meus amigos zambianos foram exceção, pois conseguiram acesso a tratamento médico e medicamentos essenciais. Para o povo da Zâmbia rural, a história é bem diferente.

Eu estava num banco de madeira em um pequeno vilarejo ao lado de Timothy e de seu filho Nathan. Com uma equipe de filmagem gravando nossa conversa, ele me fala da vez em que Nathan mostrou sinais de malária. Ele levou o menino até a casa do vizinho, que era agente de saúde, onde Nathan rapidamente recebeu os remédios que lhe salvariam a vida.

Calmamente, Timothy me contou sobre o ataque de malária sofrido pelo outro filho alguns anos antes. Ele teve que levá-lo às pressas até uma clínica médica a mais de oito quilômetros de distância. Andando de bicicleta e carregando o filho nas costas, ele me conta, sentiu as pernas da criança ficarem geladas e o pequeno corpo amolecer. Quando esse pai finalmente entrou na clínica, gritou por socorro, mas já era tarde. A câmera parou de gravar e ficamos sentados em silêncio. Ele então começou a chorar e eu o segurei com força. “Perdi meu filho, perdi meu filho”, dizia ele.

Ouviríamos histórias semelhantes das famílias que conhecemos nos dias seguintes. E, mesmo assim, há esperança. O programa Parceiros Por Uma Zâmbia Sem Malária foi o primeiro ganhador do nosso novo Subsídio de Grande Escala. Em duas províncias da Zâmbia, 2.500 profissionais de saúde voluntários foram selecionados pelos integrantes de suas comunidades. Eles são treinados para prestar cuidados médicos àqueles que precisam, sendo capazes de diagnosticar e tratar a malária e outras doenças. As parcerias do Rotary criam mudanças duradouras.

* A autora é Jennifer Jones, presidente 2022-23 do Rotary International.

** Fotos: Esther Ruth Mbabazi

Mens presidenta RI dez22 01

A presidente do Rotary, Jennifer Jones, visita a Zâmbia (em agosto) para mostrar o trabalho da iniciativa Parceiros Por Uma Zâmbia Sem Malária, ganhador do primeiro Subsídio de Grande Escala da Fundação Rotária. A malária é uma das principais causas de doenças e mortes naquele país, afetando desproporcionalmente as áreas rurais empobrecidas. Com o aporte, o Parceiros pretende reduzir os casos da doença em 90% nas áreas-alvo. A iniciativa também está fornecendo medicamentos e suprimentos para diagnóstico, tratamento e geração de dados eficazes

Mens presidenta RI dez22 02

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