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DQA na pandemia: cada um traz um

mar 24, 2021

Segundo o imaginário popular, há três tipos de mentiras: as mentiras, as mentiras sagradas e as estatísticas. Sobre o desenvolvimento do quadro associativo (DQA) do Rotary, pairam dúvidas na mente de alguns se estávamos crescendo ou reduzindo. Mas os números que apresentarei aqui não deixam margem à dúvida: o Rotary está diminuindo, pelo menos na América do sul. E a pandemia pode ser apenas o pretexto de uma tendência anterior que o coronavírus apenas alavancou. Regiões crescentes antes da pandemia mantêm tal comportamento, assim como as decrescentes.

Não quero enfatizar o copo meio vazio, mas o meio cheio. E enfatizar o fato de que ainda temos tempo suficiente para reagir nas zonas 23 e 24. A estatística não pode ser razão para acomodação, mas sim um diagnóstico para orientar a implementação de políticas de crescimento. Temos líderes capazes e um time treinado e motivado, com metas e objetivos claros. Agora é partir para a ação.

1 – No mundo: Em 1º de julho de 2019, quando assumi a diretoria, o Rotary contava com 1.189.466 colaboradores. Um ano depois, com 1.174.890 – um decréscimo global de quase 15 mil rotarianos. Em 31 de janeiro de 2021, somos 1.180.108, havendo, portanto, um saldo positivo de pouco mais de 5.000 associados. Praticamente um empate, o que mostra a resiliência dos rotarianos, privados de reuniões presenciais, mas ainda assim conectados à instituição.

2 – Na Índia, zonas 4, 5, 6 e 7: No início da gestão 2019, éramos 152.366 rotarianos. Um ano depois, 155.230 – um crescimento de 2.864 associados. Em 31 de janeiro passado, éramos 160.873. Portanto, desde julho de 2019, as quatro zonas do sudeste asiático aumentaram em 8.507 associados. O Brasil e a América do Sul devem descobrir o segredo do crescimento sustentado e longevo do quadro associativo indiano, uma inspiração para o mundo.

3 – Na Coreia, zonas 11 e 12: Em julho de 2019, registrávamos 60.472 rotarianos. Um ano depois, 60.225 – uma perda de 247 associados. Já a data de 31 de janeiro traz o número de 64.841 associados – um ganho amplamente superior à perda do ano passado, com um acréscimo líquido de 4.369 associados desde 1º de julho de 2019. Lá o novo coronavírus ocasionou um efeito contrário, aumentando o quadro associativo, como na Índia. O Oriente vai dominar o Rotary em poucos anos.

4 – Zonas 25 a 34: Compreendendo a América do Norte e Central, além do norte da América do Sul, a região iniciou julho de 2019 com 355.326 rotarianos. Em julho de 2020, estes eram 342.979, e, em 31 de janeiro de 2021, foram contabilizados 335.531 associados – uma perda líquida de 19.795 rotarianos desde o começo da nossa gestão 2019-21. Como ocorre com a emergência de potências asiáticas, em concomitância com o declínio dos Estados Unidos no cenário global, o Rotary também reflete essa trajetória. Isso porque o Rotary mal arranhou a China comunista, que coloca óbices inaceitáveis aos valores rotários.

5 – Zonas 23 e 24: Compreendendo Brasil e América do Sul espanhola, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Bolívia, Peru, Equador, a zona 23B começou julho de 2019 com 20.952 rotarianos, baixando a 20.519 um ano depois. Em 31 de janeiro passado, apresentou 20.828 associados – uma pequena perda de 124 rotarianos nesse período de 19 meses. As zonas 24A, 23A e 24B, constituindo o Brasil, tiveram o seguinte desempenho: julho de 2019 com 51.926 rotarianos, contando 52.328 um ano depois. Mas o número surpreendente foi divulgado agora, em 31 de janeiro: 51.269 associados, uma queda de 657 associados desde o início do biênio 2019-21.

Os dados foram fornecidos em 8 de fevereiro e são de autoria do Membership Committee. Salvo inconsistências estatísticas, eles apresentam um quadro de desafio significativo para a gestão: teremos que recuperar quase 800 associados na América do Sul para voltarmos aos níveis do início da gestão. Tratou-se de um desempenho longe do asiático, mas pelo menos superior ao dos norte-americanos.

O desafio é perfeitamente factível, de 18 companheiros para cada um dos 45 distritos das duas zonas.

Talvez o melhor desafio seja aquele proposto pelo presidente eleito Shekhar Mehta na Assembleia Internacional virtual: “Cada um traz um”. Eu já estou trabalhando para trazer um novo companheiro, quiçá uma nova companheira. E você?

* O autor é Mário César de Camargo, diretor 2019-21 do Rotary International.

mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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