Clubes em Ação

Voltar

ACERVO

Voltar

Colunistas

Desafios e oportunidades para crescermos

ago 1, 2024

Agosto é o Mês do Desenvolvimento do Quadro Associativo e de Novos Clubes. Isso significa que precisamos cuidar do que temos de mais importante: nossos associados. Somos muito bons em trazer novas pessoas para o Rotary e muito ruins em retê-las. Qual a razão disso? Não existe uma única resposta. Cada clube tem seus pontos positivos e negativos e é preciso avaliar caso a caso.

Cada presidente de clube e seu conselho diretor têm o dever de fazer uma pesquisa qualitativa com os associados para saber do que eles gostam e não gostam em seu clube. Em uma organização democrática e de voluntários como a nossa, é necessário que os associados façam parte das decisões.

Vamos conversar sobre alguns pontos que, na minha experiência, são desfavoráveis aos nossos clubes. Por exemplo: reuniões nada atrativas, sem conteúdo, que ficam apenas na mão do presidente ou do “dono” do clube, nas quais os demais associados tornam-se meros espectadores e são convidados somente a bater palma.

O Rotary é feito com motivação e participação. Todos os associados têm o direito e o dever de participar, de se apresentar e de colocar suas ideias, compartilhando suas experiências de liderança.

É importante convidar para as reuniões palestrantes e líderes locais que levem assuntos interessantes e oportunos para o momento. Que tal falar do Rotary e de seus programas, dar informações sobre a Fundação Rotária? Como sempre ouço, e é verdadeiro, uma pessoa só ama aquilo que conhece. Temos muito a transmitir em nossas reuniões, e a melhor maneira de se fazer isso é contando histórias, pois somos pessoas em ação. Nossas reuniões devem ser realizadas em locais adequados, onde possamos ter a atenção dos participantes.

E por que ser rotariano? Seu clube realiza algum trabalho voltado à comunidade? Seus associados se sentem necessários, importantes para a comunidade? Na minha sincera opinião, essa é a chave fundamental para a retenção do quadro associativo: servir. O rotariano que tem a oportunidade de servir se fideliza, experimenta a emoção de fazer a diferença na vida das pessoas, de criar esperança no mundo e compartilhar um pouco daquilo que nos torna privilegiados, sentindo uma alegria interior e prazer em participar do Rotary. Como mencionei, cada clube precisa encontrar a maneira de fidelizar seus associados.

O Rotary se esforça em criar novas possibilidades para receber em seus quadros aqueles que não poderiam participar de um clube de formato tradicional. Isso não significa que vocês precisem mudar seu clube. Se ele funciona nesse modelo tradicional, ótimo. Mas não podemos fechar os olhos para as pessoas que não têm condição de se reunir semanalmente, ou que preferem desenvolver trabalhos sociais ou comunitários em vez de participar das reuniões. Por isso surgiram os e-clubs, os clubes satélites, corporativos e passaporte, por exemplo. São novas maneiras de se fazer parte do Rotary, mas sem perder a essência do servir.

Estamos preocupados em ampliar o percentual de migração de rotaractianos para os Rotary Clubs. Em trazer mais mulheres e jovens. E para isso temos que lembrar sempre de três palavras em evidência hoje em dia: diversidade, equidade e inclusão.

No momento, temos dois planos pilotos em andamento no mundo. Um deles é desenvolvido na região do Rotary International na Grã-Bretanha e Irlanda, que abrange Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda. O plano vem testando novos modelos de clubes e utilizando novas ferramentas digitais para apresentar o Rotary ao público externo, e já vem registrando alguns resultados positivos. Estou muito otimista com os dados que foram apresentados ao Conselho Diretor do Rotary International em 2023-24.

O segundo plano piloto é desenvolvido na região da Austrália, Nova Zelândia e Pacífico Sul. Ele tem outra estratégia: testar um novo modelo de governança de distrito. Esse plano ainda está muito embrionário e será necessário mais tempo para podermos ter alguma conclusão ou opinião a respeito.

O que importa é que estamos tentando nos adaptar e encontrar outras maneiras de trazer novos rotarianos e fidelizá-los.

Não podemos deixar de nos preocupar com os clubes com menos de 20 associados. Vocês sabem qual o percentual de Rotary Clubs com menos de 20 integrantes nas zonas rotárias 23 e 24, que cobrem Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai? Por volta de 52%. Clubes pequenos podem fazer mais pela sociedade do que clubes grandes, mas não podemos negar que clubes menores são mais frágeis.

Por exemplo: se um clube com 12 associados perde três pessoas, isso é uma coisa; mas se um clube com 30 participantes perde o mesmo número de integrantes, isso é outra coisa. Praticamente 98% dos clubes fechados nos últimos dez anos tinham menos de 20 associados. Essa é uma estatística que não podemos desprezar. A boa notícia é que se todos os nossos clubes chegassem a 20 associados, número mínimo para se abrir um novo clube, aumentaríamos nosso quadro associativo em 10%. Incrível, não é?

Agora quero fazer um desafio a cada um que está lendo esta coluna: convide um novo associado para seu clube. Tenho certeza de que você pode levar pelo menos uma pessoa. Esse é um desafio simples, mas por meio do qual você poderá fazer uma grande diferença em nossa organização. Por favor, indique uma nova pessoa para fazer parte do seu clube.

* O autor é Henrique Vasconcelos, diretor 2023-25 do Rotary International.

Share This