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Transformar Vidas

abr 28, 2014

Todo o universo está em constante movimento, em perene transformação; e esse movimento eterno foi objeto de reflexão de Heráclito que há quase 600 a.C., fascinado pela dinâmica universal chega à conclusão: “Nada é. Tudo pode vir a ser”. Daí, o importante dogma do existencialismo. “O homem é sempre um ser possível, nunca está terminado”. Pode e deve se fazer, se refazer, se transformar ao longo da existência (sua vida).

Existência que se apoia no tripé; Fé, Esperança e Amor.

É a fé que nos garante os sonhos que nos convida ao desejo de realizar grandes coisas.

Os sonhos são para nós as imagens visíveis das esperanças. Não têm existência no mundo da ciência. Mas como diz Rubem Alves “são os sonhos que nos distinguem (separam) dos animais”. Existe um mundo que acontece pelo desenrolar lógico da história, e há um mundo que nasce dos sonhos: a “Pietá” de Michelangelo; o Beijo de Rodin, as telas de Van Gogh e Monet, as músicas de Mozart, de Beethoven, os livros de Tolstoi, de Garaudy, de Guimarães Rosa, as casas, as pontes, os jardins, existiram primeiro como sonhos antes de existirem como fatos. Quando os sonhos se tornam esperança e assumem forma concreta, surge a beleza.

O belo nos atrai irresistivelmente, em todos os níveis.

Na caminhada existencial vamos buscando nosso autoaperfeiçoamento que é sempre fruto de muita reflexão e muita ação. Não basta dizer “desejo o bem de todos”, é preciso explicitar esse desejo através de minhas ações, de minhas atitudes.

Antes de trabalharmos para transformar vidas, devemos buscar nosso próprio aperfeiçoamento: Que tipo de pessoa sou eu? Preciso ser, por exemplo, mais pontual dos meus compromissos? Sei tratar as pessoas com delicadeza, com respeito? Esforço-me para ser uma pessoa simpática? Tenho inveja de alguém? Sou irônico: Falto com a verdade?

O Rotary propicia nossa evolução. Convida-nos a esse movimento pessoal que pode fazer a grandeza de cada um de nós.

Os lemas escolhidos por cada presidente de Rotary International, indicando sua ênfase comportamental já nos convidam, nos envolvem e nos motivam para a construção de nossos sonhos e nossa esperança para aquele ano rotário.
Poderia questionar qualquer um de vocês para exemplificar o crescimento pessoal que se conquista quando abraçamos a causa do Rotary, mas como tenho lido bastante sobre Paul Harris, veio-me o desejo de colocar esse grande homem na pauta desse nosso momento.

A vida de Paul Harris, como rotariano, encontrou origem, forma e expressão numa palavra que vem a ser o fio de ouro de sua experiência, de sua obra: “Servir”.

Essa palavra encerra a energia ética inexorável de Paul Harris; O segredo do seu coração, a força e o ardor de seu humanismo. Escolheu-a para que caracterizasse, para todos os rotarianos, o espírito que os deve animar sempre.

Vendo hoje toda a sua obra, à luz da história, entendemos que “servir” indica um conjunto de atitudes interiores que guiam os passos do rotariano no concreto da vida cotidiana. Exige, com efeito, dedicação à profundidade humanística dos ideais do Rotary, suscitando fidelidade e empenho a esses ideais.

“Servir” – É isso o que distingue a Família Rotária, e para pertencermos realmente a essa família é necessário reportarmo-nos ao carisma de Paul Harris. Precisamos nos transformar e acreditar.

A obra do Rotary é uma realidade. Isto é: exprime a união de inúmeros clubes espalhados pelo mundo inteiro, a serviço dos mais carentes. Ela se insere na vida das comunidades locais, dando sua contribuição original, tão semelhante ao trabalho missionário. Procura a aproximação e a colaboração de todos, para um atendimento pessoal e social daqueles que de nós necessitam.

É admirável a obra do Rotary, o bem que nossa instituição opera nos corações do que o acolhem e se tornam disponíveis a ela.

Difundindo seus ideais, seu carisma leva amor, solidariedade, compaixão, solicitude, desvelo, atenção a um mundo sem fronteiras, onde vicejam ou deveriam vicejar a compreensão, o entendimento, a amizade, a paz.

Os rotarianos realmente se transformam, se agigantam no empenho de tarefas humanitárias.

Sabemos que nem sempre conseguimos realizar todos os nossos sonhos. O que importa mesmo é a luta corajosa, é o destemor frente às dificuldades. Transformar-se para transformar (ser exemplo).

Não economizemos nossas forças. Sejamos gente boa, pessoas maiores a cada dia.

E pensando nas incertezas que nos sufocam às vezes, quero dar-lhes um recadinho com palavras de Menotti Del Pichia:

“Desde que nasceste
Não és mais que um vôo
Perdido no tempo…
Rumo ao céu.
Que importa a rota?
Canta e voa
Enquanto resistirem
As tuas asas”.

Vivamos o Rotary com todas as nossas forças e assim transformaremos vidas.

* A autora é Enice Fonseca Nahas, professora e associada ao Rotary Club de Contagem – Cidade Industrial (distrito 4760).

** Foto: FreeImages.com

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