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Compromisso e agilidade na assistência a desastres

fev 7, 2022

“São as águas de março fechando o verão, é a promessa de vida no teu coração.” O poeta Antônio Carlos Jobim escreveu essa obra de arte em maio de 1972, a ser gravada e consagrada por Elis Regina em 1974 no álbum-dueto Elis & Tom. Para essa versão, foram creditados César Camargo Mariano e Tom Jobim (piano), Hélio Delmiro e Oscar Castro Neves (violão), Luizão Maia (baixo elétrico) e Paulinho Braga (bateria).

Com esses versos, o grande maestro expressou, de forma simbólica, o valor das águas de março, mês mais chuvoso em grande parte do Sul, Sudeste e Centro-Oeste brasileiros, na renovação da vida e do amor. Tom, um grande admirador da natureza e observador perspicaz, nessa canção usou, metaforicamente, elementos possivelmente da região serrana do Rio de Janeiro para compor uma série de antíteses, tão típicas da natureza real e humana, que podem ser resumidas na ideia de que os ciclos são importantes para a renovação.

Nos tempos atuais, vivemos outra realidade, com a recorrência de diversos tipos de desastres naturais e climáticos em todos os meses do ano e com elevado impacto na vida das pessoas, famílias, comunidades, meio ambiente e nas atividades econômicas.

Os desastres naturais representam um conjunto de fenômenos que fazem parte da geodinâmica terrestre e estão relacionados à mudança de ciclo na Terra. No entanto, essas ocorrências têm aumentado de maneira significativa em decorrência do aquecimento global e do efeito estufa, ocasionados pelo desequilíbrio da natureza.

Convivemos com uma sensação favorável: “Ainda bem que isso não acontece no Brasil”. Porém essa percepção está mudando, pois tem ocorrido um aumento de desastres naturais, como a seca que assola as regiões Norte e Nordeste do país, o aumento das temperaturas e a intensificação das chuvas, causada por fenômenos climáticos como, por exemplo, o La Niña.

A maioria dos desastres naturais no Brasil (cerca de 80%) está intimamente relacionada às instabilidades atmosféricas, que causam alagamentos, inundações, vendavais, tornados, granizos, deslizamentos e desabamentos de terras.

Dentro desse contexto, iniciamos este ano com extensa população exposta a uma série de graves inundações e alagamentos. Inicialmente, foram afetados o sul do estado da Bahia e várias outras regiões nos estados de Minas Gerais e Maranhão, com fatalidades, feridos, milhares de desalojados, danos materiais e estruturais irreparáveis, somando-se ao impacto social e psicológico em tantas famílias e comunidades.

A Fundação Rotária pôde colaborar de modo eficiente com as necessidades dos distritos por meio do Subsídio para Assistência em Casos de Desastres, fundo solicitado pelos distritos 4391 (governador José Evangelista Alves), 4760 (governador José Moises Teixeira), 4560 (governador José Carlos de Azevedo) e 4490 (governador Antônio Alderi de Souza Pereira), tendo sido liberado um total de US$ 98.160.

Estamos ainda desenvolvendo um relacionamento com o grupo Rotary em Ação da Rede de Assistência a Desastres (DNA RAG), que tem a missão de concretizar uma rede interativa de rotarianos e outros grupos para ajudar na preparação, comunicação e recuperação de desastres no mundo, com foco na recuperação em longo prazo. Dessa maneira, estamos nos mobilizando para a elaboração de um plano nacional de assistência a desastres.

Mais uma vez, os rotarianos mostram compromisso e agilidade, e não têm medido esforços para apoiar as comunidades afetadas, o que nos faz orgulhosos de pertencermos a esta instituição: o Rotary.

* O autor é Marcelo Haick, curador 2021-23 da Fundação Rotária.

diretoria@hso.com.br

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