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Caros companheiros rotarianos,

mai 17, 2017

Muitos anos atrás, na Índia, tive o privilégio de conhecer Madre Teresa de Calcutá. Ela foi uma mulher incrível, com uma personalidade extremamente marcante. Quando caminhava pelas ruas, a multidão abria caminho à sua frente. No entanto, em suas conversas, ela praticamente não falava sobre os seus grandes feitos. Quando alguém lhe perguntava sobre a sua maior conquista, ela geralmente respondia: “Sou especialista em limpar banheiros”.

Apesar de engraçada, a resposta era absolutamente séria. Seu objetivo era cuidar do próximo. Então, se banheiros precisavam de limpeza, ela os limpava. Nenhum trabalho era pequeno demais para essa grande mulher. Ajudar as pessoas necessitadas era o seu dever, e nada no mundo era mais importante do que isso.

Certo dia, um homem muito bem vestido foi a Calcutá à procura de Madre Teresa. As freiras que abriram a porta o informaram que ela estava no fundo da casa, limpando os banheiros. Elas indicaram o caminho e ele, de fato, encontrou a beata esfregando o sanitário. Ela disse “oi” e, presumindo que ele estivesse ali para fazer trabalho voluntário, começou a explicar como usar a escova de limpeza corretamente e não desperdiçar água. Ela entregou-lhe uma escovinha e o deixou ali, em seu terno caro, sozinho no banheiro.

Mais tarde, o homem saiu, encontrou Madre Teresa novamente e disse: “Terminei. Posso falar com a senhora agora?”. Ela respondeu que “sim, claro”. O visitante tirou um envelope do bolso e anunciou: “Madre Teresa, sou o diretor da companhia aérea e aqui estão as suas passagens. Quis entregá-las pessoalmente”.

Aquele diretor de companhia aérea contou e recontou essa história pelo resto de seus dias. Ele disse que aqueles 20 minutos passados limpando o banheiro encheram seu coração com uma alegria que nunca havia sentido. Ao ajudar Madre Teresa, ele se tornou parte de seu trabalho. Naqueles 20 minutos, ele cuidou dos enfermos assim como ela: com suas próprias mãos e com seu próprio suor.

E é exatamente esta a oportunidade que o Rotary nos dá. Podemos não fazer o que Madre

Teresa fez – renunciar a nossas próprias vidas, casas e famílias. Mas por 20 minutos, 20 horas ou 20 dias do ano, podemos ser como ela.

Podemos fazer o trabalho que outras pessoas não estão dispostas a fazer. Podemos fazê-lo com nossas mãos, nossos corações, nosso suor e nossa devoção, sabendo que esse trabalho é o mais importante do mundo.

* O autor é K.R. Ravindran, presidente 2015-16 do Rotary International.

(Mensagem de abril de 2016)

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