Colunistas
Caminhando ao lado da juventude
Maio chegou e no calendário do Rotary International comemoramos o Mês dos Serviços à Juventude. Além dos Prêmios Rotários de Liderança Juvenil (Ryla), do Intercâmbio de Jovens e do Interact, os três programas estruturados do Rotary para as novas gerações, lembro da importância de darmos apoio ao Rotaract.
Com o Elevate, o Rotaract deixou de ser um programa e tornou-se um tipo de associação ao Rotary International. Desde então, muitos questionamentos vieram à tona, como a função do representante distrital de Rotaract, pagamento de per capita distrital e idade máxima dos rotaractianos, entre outros. O bom senso e o sentimento de investimento devem imperar nas decisões.
Como sempre falo, o Rotary é como uma corrida de revezamento. Algumas gerações deram início a essa corrida e nós a levamos adiante. Mas quem receberá esse bastão de nós? Quem herdará o nosso legado? Devemos ter em mente que não somos eternos. Por isso é tão importante intensificarmos a participação das novas gerações nas nossas atividades.
Cada vez mais, o Intercâmbio de Jovens precisa influenciar as famílias envolvidas e os intercambistas, como eu mesmo fui, para que eles se tornem membros da nossa organização. Convoco todos os distritos a aperfeiçoar os treinamentos voltados ao intercâmbio, adicionando mais informações sobre o Rotary International e a Fundação Rotária, de modo que todas as famílias sejam convidadas a ingressar no clube envolvido ou, ao menos, estejam presentes em seus projetos e atividades.
Um dos meus grandes amigos de infância se chama Pedro Jorge Fontenelle. Ele é filho de um rotariano que foi muito ativo, o saudoso Celio Fontenelle, falecido na pandemia de Covid-19. Como chairman do Intercâmbio de Jovens, foi ele quem me enviou ao exterior como intercambista em 1988. Tio Celio, como eu o chamava, também mandou Pedro Jorge e os dois irmãos dele aos Estados Unidos por meio do intercâmbio – e agora Pedro Jorge, por sua vez, enviou o filho dele, Caio, à Alemanha.
Em um encontro do intercâmbio, perguntei ao meu amigo por que ele ainda não tinha se tornado rotariano. Sabe qual foi a resposta? Porque ninguém o havia convidado. Aquilo fez um silêncio muito grande na minha alma e no meu coração.
No mês passado, apadrinhei Pedro Jorge no meu clube, o Rotary Club de Fortaleza-Alagadiço, que também é o clube padrinho do Caio, que ainda está na Alemanha. Agora me pergunto a cada momento se há outras pessoas próximas a mim, como o Pedro Jorge, que também posso trazer para o Rotary. Quem sabe, não é?
O Ryla é outra oportunidade incrível para nos aproximarmos da juventude, além de mostrarmos às novas gerações os valores do serviço e da liderança, da necessidade disso neste mundo individualista. Precisamos aumentar com urgência os eventos de Ryla em cada distrito, mesmo porque muitos rotarianos ainda não sabem do que se trata esse programa.
Já o Interact, na minha opinião, é o que temos de melhor para levar a cultura do Rotary às novas gerações. Por quê? Pelo fato de o programa voltar-se a jovens dos 12 aos 18 anos, idade em que criamos nossos vínculos morais, de caráter e crença. Eu amo trabalhar com os interactianos. Eles me fazem crer em um mundo melhor. São muito disciplinados. São lindos de se ver.
Não poderia deixar de comentar sobre a experiência fantástica que tivemos no Conselho de Legislação de 2025. Na Constituinte do Rotary International realizada em Chicago no mês passado, 86 emendas foram enviadas para a apreciação de 515 delegados de distritos, oriundos de mais de 200 países e áreas geográficas. Como se aprende em um evento como esse. É incrível.
Nos próximos meses, por meio das nossas revistas regionais, vocês serão informados sobre as decisões tomadas nesse magnífico evento da democracia do Rotary – além, é claro, dos próprios delegados votantes e do Rotary International, que enviará aos distritos as decisões e mudanças no nosso Manual de Procedimento.
Aproveito para abraçar cada um dos meus rotarianos da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Peru, Paraguai e Uruguai. E, em especial, os meus 45 governadores irresistíveis, que neste momento estão fazendo suas conferências distritais, tão esperadas por todos nós em nossas zonas rotárias 23 e 24. Sintam-se todos abraçados por mim e Renata. Que Deus os abençoe.
* O autor é Henrique Vasconcelos, diretor 2023-25 do Rotary International.