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Bolsistas Rotary pela Paz ajudam refugiados a recomeçarem suas vidas

mar 16, 2015

bolsistas

A cada dez minutos nasce um bebê sem pátria. A crise na Síria e os conflitos no Sudão do Sul, República Centro-Africana e muitos outros lugares estão produzindo novas gerações de refugiados, deslocados internos e pessoas em busca de asilo. Infelizmente, o número de exilados que passa até décadas em acampamentos improvisados está aumentando, e o retorno a seus países é algo cada vez mais improvável.

O número de pessoas forçadas a abandonarem seus locais de origem em razão de guerras e conflitos ultrapassou 50 milhões pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando foi criado o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

Anualmente, o Rotary patrocina os estudos de até 100 alunos no programa de aperfeiçoamento profissional de três meses do Centro Rotary na Chulalongkorn University em Bangcoc, ou de mestrado nos Centros Rotary pela Paz em universidades na Austrália, Inglaterra, Japão, Suécia e Estados Unidos.

Vamos conhecer a história de quatro ex-bolsistas.

DA SOMÁLIA À ETIÓPIA

Em 1988, Mahamoud Ahmad tinha só dez anos quando teve que abandonar sua casa por causa da guerra civil na Somália. Junto com sua família, o pequeno Mahamoud passou a ser chamado de deslocado interno quando passou a morar na região semiautônoma chamada de Somaliland. “Comíamos trigo assado, já que não havia água para cozinhar. Vi gente morrer de fome”, recorda Mahamoud.

Até os 14 anos ele não frequentava a escola, mas assim que a oportunidade surgiu, Mahamoud a agarrou com unhas e dentes. Ele estudava das seis da manhã às 6 da tarde, concluindo 12 anos letivos em somente quatro. “Com minha determinação e a ajuda de benfeitores, como o Rotary, cursei quatro universidades em 13 anos.”

Seu ensino superior inclui o mestrado no Centro Rotary pela Paz da University of Bradford, Inglaterra, na turma de 2008-10. Com maior conhecimento em paz e resolução de conflitos, não demorou para que Mahamoud optasse por uma carreira que ajudasse pessoas que vivem nas mesmas condições pelas quais um dia ele passou. “Fui refugiado, fui deslocado interno e mesmo assim eu venci.”

Ele trabalha no programa Norwegian Refugee Council’s Ethiopia, cujos campos de refugiados no Chifre da África e no Iêmen abrigaram mais de 100 mil pessoas em 2013. Anualmente, a organização fornece cursos em educação formal e treinamento profissionalizante a milhares de refugiados da Eritreia, Quênia, Somália, Sudão e Sudão do Sul.

DO LÍBANO AO CANADÁ

Noëlle DePape passou boa parte dos seus 20 anos trabalhando no exterior, inclusive em um campo de refugiados no Líbano. Com a Bolsa Rotary pela Paz, ela se formou em 2005 pela University of Queensland, na Austrália. “Eu estava tentando descobrir a melhor forma de causar impacto na paz e na justiça social”, disse Noëlle.

Incentivada por Godfrey Mukalazi, Bolsista Rotary pela Paz de Uganda, ela voltou para Winnipeg, Manitoba, área que concentra a maior população urbana indígena do Canadá. Dos 15 mil imigrantes do Afeganistão, Butão, Iraque, Somália e outros países que chegam na província de Manitoba todos os anos, 10% são refugiados. Os recém-chegados não são bem recebidos pela população indígena, que já enfrenta seus próprios problemas.

Noëlle foi contratada pela organização local Immigrant and Refugee Community, que opera um complexo de moradia transitória que presta serviços de psicoterapia e programas depois do horário escolar para jovens em situação de risco.

“Alguns jovens estavam se envolvendo em gangues por se sentirem excluídos”, informa Noëlle, que está com 35 anos. “Os adolescentes sofrem para se adaptar por não terem um nível básico de educação, além dos problemas naturais que passam por serem refugiados.”

O projeto Youth Peacebuilding, lançado por Noëlle em 2008, congregou jovens indígenas, refugiados e canadenses brancos. Eles nadaram, jogaram basquete e aprenderam sobre outras culturas e religiões, observando as rezas muçulmanas e uma cerimônia tribal.

DO JAPÃO AO QUÊNIA

Etsuko Teranishi ansiava por algo diferente do ambiente universitário de Osaka, no Japão. Ela queria conhecer o mundo e ajudar as pessoas.

Etsuko estudou no nosso Centro da University of Queensland em 2005-07. Como atual gerente de projeto na Organização Internacional para Migração, ela está à frente de uma iniciativa em Nairóbi, no Quênia, que no ano passado deu apoio a 40 mil refugiados refugiados da República Democrática do Congo, Etiópia, Ruanda, Somália e Sudão do Sul, e também para quenianos que tiveram que deixar suas vilas devido a conflitos e desastres naturais. “Nós ajudamos jovens desempregados, vítimas de abuso sexual e de violência de gênero.”

DOS ESTADOS UNIDOS À MALÁSIA

Langan Courtney vive em Kuala Lumpur, na Malásia, onde trabalha como coordenadora de programa da International Rescue Committee, que envia 10 mil refugiados por ano aos Estados Unidos. Vale observar que a cidade abriga um dos maiores grupos de refugiados urbanos do globo.

“É difícil aceitar que a necessidade é maior do que a ajuda quando sabemos que há milhões de pessoas sofrendo nos campos de refugiados”, lamenta Courtney, que frequentou o Centro Rotary da Chulalongkorn University em 2012.

No período da bolsa ela aprendeu a examinar casos de crise a partir de perspectivas diferentes. “A bolsa é muito boa no sentido de congregar alunos com experiências tão distintas.”

* Adaptação de artigo publicado em fevereiro na revista The Rotarian (Brad Webber)

** Foto: ©Flo Smith/NurPhoto/Corbis

Tags: Rotary, Rotary International, 2015, Bolsistas Rotary pela Paz

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