A explosão de uma bomba perto de um centro de vacinação contra a poliomielite na cidade de Quetta, no oeste do Paquistão, às 9h (pelo horário local, 2h pelo horário de Brasília) do dia 13 de janeiro, matou ao menos 15 pessoas, segundo informações de agências internacionais. O ataque foi noticiado por diversos veículos. De acordo com o portal G1, a explosão atingiu uma van policial. O site ZH Notícias publicou que os mortos são 12 policiais, um paramilitar e dois civis, e que os agentes de segurança acompanhavam trabalhadores da área de saúde no terceiro dia de uma campanha de vacinação contra a pólio.

O ataque do homem-bomba aconteceu no bairro Satelite Town, na capital da província de Baluchistão, e deixou ainda dez feridos, segundo o site da Folha de S.Paulo. O ZH Notícias falou em 15 feridos, sendo sete em estado grave. No momento do atentado, vários grupos de vacinação contra a pólio se dirigiam a diferentes partes da cidade para o último dia de uma campanha que havia começado em 11 de janeiro, tanto naquela cidade como em outros distritos do Baluchistão, com o objetivo de imunizar 2,4 milhões de crianças, incluindo 55 mil refugiados afegãos.

Investidas fatais contra equipes de imunização têm sido um dos principais entraves ao combate à pólio no Paquistão, um dos dois países do mundo onde a doença permanece endêmica, junto com o Afeganistão. (A Nigéria foi declarada livre da doença em setembro de 2015 e poderá obter o certificado de erradicação da pólio, conferido pela Organização Mundial da Saúde, em 2017.) Grupos fundamentalistas acreditam que as campanhas de vacinação fazem parte de um complô para esterilizar crianças muçulmanas e que as equipes de imunização fazem espionagem para a Agência Central de Inteligência americana, a CIA.

No site My Rotary e em sua página oficial no Facebook, o Rotary International condenou o ataque no Paquistão. “Rotarianos e seus parceiros na luta pela erradicação da pólio oferecem os seus sinceros sentimentos e expressam profunda tristeza sobre o terrível atentado a bomba em Quetta, Paquistão, que causou a morte de pelo menos 15 seguranças no dia 13 de janeiro”, diz um trecho da nota.

Leia abaixo a íntegra da nota oficial divulgada pelo Rotary:

Rotary condena ataque contra seguranças em centro de vacinação no Paquistão 

Rotarianos e seus parceiros na luta pela erradicação da pólio oferecem os seus sinceros sentimentos e expressam profunda tristeza sobre o terrível atentado a bomba em Quetta, Paquistão, que causou a morte de pelo menos 15 seguranças no dia 13 de janeiro. 

O trágico ataque, que aconteceu do lado de fora de um centro de imunização contra a pólio, é um lembrete dos perigos enfrentados pelo Rotary, seus parceiros da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio e pessoas que trabalham na linha de frente do nosso esforço para proteger todas as crianças dos efeitos paralisantes da poliomielite. Enquanto o bombardeio é investigado, uma coisa é clara: estes seguranças morreram protegendo as equipes de imunização. Nós aplaudimos o compromisso do governo em continuar a campanha de vacinação em todo o Paquistão, que é um dos dois únicos países onde o vírus ainda é endêmico. 

Hoje, fazemos uma pausa para honrar o sacrifício feito pelos heróis que perderam suas vidas. No entanto, o nosso compromisso de 30 anos para acabar com a pólio continua firme. Mesmo tristes com o horror desse ataque, estamos redobrando nossos esforços para educar as famílias sobre a segurança das vacinas contra a poliomielite, e para obter o apoio de líderes comunitários e religiosos. 

Estamos mais perto do que nunca de conseguir um mundo livre desta doença. Grandes melhorias foram vistas no Paquistão, com uma diminuição de mais de 80% do número de casos em comparação a 2014. A fim de interromper a transmissão do vírus no Paquistão em 2016, temos de garantir a segurança dos vacinadores para que consigam chegar a todas as crianças. 

A nossa doação de 35 milhões de dólares em subsídios para a erradicação da pólio simboliza a nossa determinação para terminar o trabalho que milhares de pessoas corajosas comprometeram-se a fazer, e nunca nos esquecermos dos sacrifícios feitos por aqueles que perderam suas vidas nesse esforço.

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*Ilustração: iStockphoto.