Colunistas
A paz começa em cada um de nós
Em fevereiro, o tema do calendário do Rotary é Consolidação da Paz e Prevenção de Conflitos. Nada mais atual neste momento que vivemos, marcado por duas grandes guerras, conflitos sociais, batalhas contra o narcotráfico e outros fatos.
Estamos ajudando de forma humanitária as populações afetadas pela guerra na Ucrânia. E a comunidade local valorizou isso, a ponto de, mesmo em meio ao conflito, o número de associados dos clubes ucranianos ter crescido 30%. Incrível, não é?
Nossa organização apoia doações e ajuda humanitária às comunidades civis na Palestina e em Israel. Condenamos a violência e rezamos para que a paz chegue rápido para ambas as partes.
Em nossos sete Centros Rotary pela Paz, oferecemos orientação educacional a profissionais da área de resolução de conflitos para que eles trabalhem em diversas regiões e países. Profissionais qualificados nesse programa já atuaram nos mais diversos conflitos ao redor do mundo. A paz é um dos pontos altos das nossas preocupações.
A propósito, um distrito pode propor a candidatura de um bolsista a uma vaga nos Centros Rotary sem necessidade de aportar nenhum valor monetário. Essa é uma grande oportunidade, muitas vezes esquecida. Mais detalhes podem ser obtidos com os funcionários do Rotary International e da Fundação Rotária.
Ainda falando de paz, quero lembrar que ela começa em cada um de nós, no nosso interior. Como nós mesmos estamos? A paz e a prevenção de conflitos começam com nosso parceiro, com nossos filhos e funcionários. Começam em nossa casa, com nossos vizinhos e passam por nosso ambiente de trabalho, por nossos funcionários, superiores, fornecedores e clientes.
Sejamos um exemplo de paz em nossos clubes e distritos. Isso mesmo: não é preciso ir longe para encontrar conflitos. Distritos e clubes em conflito sempre apresentam problemas de quadro associativo, não têm motivação para doar à Fundação Rotária e geram uma péssima imagem pública. Quem quer ficar em um ambiente de brigas? Já pararam para pensar nisso? Sei que o relacionamento humano é complexo, mas por que, em um momento de conflito, não respiramos fundo e esperamos para dar a resposta somente depois de uma boa noite de sono?
Sugerimos aos distritos que criem comissões voltadas à resolução de conflitos em seus clubes e na própria estrutura distrital, formadas por pessoas especializadas e com boa vontade para encontrar a paz em nossa organização e no mundo. Assim que os problemas surgem, eles precisam ser identificados e a mediação deve ser iniciada. Problemas pequenos e simples podem se transformar em grandes problemas que podem não ter volta quando se tornam pessoais.
Muitas vezes, valorizamos coisas que não valem a pena. Damos atenção a quem não merece. É como se diz na minha terra: “Quando um não quer, dois não brigam”.
Sejamos um exemplo para o mundo começando pelo “nosso mundo”.
*O autor é Henrique Vasconcelos, diretor 2023-25 do Rotary International.