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Das primeiras vacinas à erradicação da doença nas Américas

Acreditamos que todos nós rotarianos precisamos saber dessa história e de nossa atuação ao longo do tempo. É um grande exemplo de sucesso no mundo e que muitos não têm consciência.

Na edição passada, trouxemos uma cronologia da doença desde os seus primeiros indícios até o emprego corriqueiro dos pulmões de aço nos EUA, no início da década de 1950. Retomando a história a partir daí, descrevemos mais algumas importantes etapas abaixo:

1952: invenção da cadeia de frio

O Unicef desenvolve a cadeia de frio, um sistema de transporte no fornecimento de vacinas que as mantém resfriadas – e ativas – desde o fabricante até a pessoa a ser imunizada. Segundo a experiência de vários países africanos e asiáticos, as vacinas expostas a temperaturas elevadas podiam se tornar inócuas.

1954–1957: Salk e Sabin criam as primeiras vacinas

Em 1954, a primeira vacina contra a pólio, desenvolvida pelo cientista e médico norte-americano Jonas Salk (1914-1955), é testada em grande escala. Conhecida como “vacina morta” (IPV) por ser baseada em uma cepa morta do vírus, sua introdução desperta grande expectativa nos países assolados por epidemias. Em 1957, outro pesquisador americano, Albert Sabin (1906-1993), desenvolve a vacina oral (OPV), obtida a partir de um vírus vivo atenuado. Até meados da década de 1960, a OPV acabaria substituindo em grande parte a vacina de Salk, pois além de proporcionar plena imunidade “intestinal”, é mais barata e mais fácil de ser administrada. Em 1998, ela seria adotada como a principal vacina na campanha mundial de erradicação da doença.

1954: êxito nos testes de vacinação nos EUA

Cerca de 1,7 milhão de crianças norte-americanas participam dos testes de campo da vacina Salk. No ano seguinte, elas celebram o êxito da vacinação e a IPV é aprovada para uso geral. A vacina teria papel decisivo no fim da difusão do vírus selvagem na América do Norte. Em 1954, três cientistas norte-americanos recebem o Prêmio Nobel de Fisiologia pela descoberta de que a pólio pode se desenvolver em vários tipos de tecidos, abrindo caminho para a fabricação em grande escala da vacina.

1977: a pólio nos países em desenvolvimento

Levantamentos realizados na África em 1977 mostram que os países em desenvolvimento têm taxas de transmissão da pólio comparáveis às existentes nos países mais ricos antes da invenção das vacinas. No entanto, em meio à proliferação de todo tipo de doenças, muitas vezes a paralisia infantil passa despercebida.

1985: o Rotary junta-se à luta global contra  a pólio

O Rotary International lança o programa Polio Plus com o objetivo de imunizar todas as crianças do planeta contra a poliomielite. Para tanto, cerca de um milhão de rotarianos iniciam em todo o mundo uma campanha de arrecadação de 120 milhões de dólares, um valor que, três anos depois, se duplicaria.

1985: primeiros dias de tranquilidade e o Dia Nacional de Vacinação

Durante um cessar-fogo de três dias na guerra civil em El Salvador, guerrilheiros rebeldes vacinam crianças em uma campanha contra seis doenças infantis, dentre as quais a pólio. Imunizando 250 mil crianças, esses dias de tranquilidade são a primeira ocasião em que combatentes interrompem a luta em benefício de uma campanha de saúde pública. Também na América Latina, os Dias Nacionais de Vacinação contra a Pólio complementam as vacinações de rotina, resultando em uma queda extraordinária nas taxas de transmissão da doença. Isso leva a Organização Pan-Americana da Saúde, da OMS, a defender um programa continental de erradicação da pólio.

1988: Lançamento da Campanha Mundial para a Erradicação da Pólio

Os governos membros da Assembleia Mundial de Saúde lançam a Campanha Mundial para a Erradicação da Pólio sob a liderança da OMS, do Rotary International, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (uma agência do Departamento de Saúde dos EUA), e do Unicef.

1990: Convenção de Direitos da Criança e taxa de imunização de 80%

Em 1990, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, entre os quais está o direito à saúde, torna-se lei internacional. No mesmo ano, 80% de todas as crianças do mundo com menos de dois anos de idade são imunizadas contra as seis principais doenças infantis. É uma realização colossal – dez anos antes, a taxa de imunização limitava-se a 20% – que, segundo estimativas, salva 2,5 milhões de vidas e serve de base à campanha para a erradicação da pólio.

1994: a pólio é declarada oficialmente erradicada das Américas

O Continente Americano é a primeira das seis regiões escolhidas pela OMS para receber o certificado oficial de que estava livre do vírus selvagem da pólio. Em 1991, o peruano Luiz Fermin Tenório, de três anos de idade, foi a última vítima da pólio registrada no continente.

1995: último caso de pólio na China

Pela primeira vez, o país mais populoso do mundo não registra qualquer caso novo de pólio.

Na próximo mês concluiremos a história da poliomielite.

Atenção para o desafio lançado de 10 milhões de dólares em contribuições no Brasil para a Fundação Rotária.

* Os autores são José Carlos Carvalho e Celso Alves, coordenadores regionais da Fundação Rotária para as Zonas 22A e 23A, e para a Zona 22B, respectivamente.

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