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A convivência no Rotary

jun 26, 2014

201503091624241O Rotary Club significa a célula menor do grande organismo do Rotary International. Seus associados são representativos dos mais diversos segmentos da sociedade, sem distinção para a profissão, raça, idade, religião, política, situação econômica e espiritualidade.

Dessa forma, os seres humanos que constituem um clube apresentam grande complexidade em suas atitudes, comportamentos, valores morais e éticos, conforme a personalidade de cada.

A maioria já traz em sua essência espiritual a admiração pela missão e objetivos do Rotary; outros se encantam e absorvem esses fundamentos, com o passar do tempo; e poucos ingressam por interesses pessoais a serem satisfeitos. Estes demoram pouco no clube, pois ser rotariano é um “estado de espírito”, iluminado pela claridade espiritual, que é a razão de ser do Rotary: “Dar de Si, antes de pensar em Si”.

Por causa dessa evasão dos “rotarianos de plantão”, penso eu, há dez anos o Rotary continua com 1,2 milhão de associados, embora tenha crescido o número de clubes, de distritos e ampliado a participação em países e regiões do mundo. O que merece destaque foi o crescimento da mulher no Rotary, nesse mesmo período (52,67%).

Mas, a convivência no Rotary, muito depende da noção do trabalho em equipe, como acontece em qualquer agrupamento de seres humanos. Exige muita habilidade, competência, compreensão e paciência podendo ser considerada como a mais importante arte encenada no palco da vida.

Os clubes devem ser constituídos de pessoas integradas, identificadas com um objetivo comum, em permanente relação de interdependência e complementação de apoios múltiplos.

Os clubes devem funcionar em equipe, a qual surgiu de estudos do francês Augusto Comte (1798-1857), quando projetou a visão holística (imagem única), ou seja, combinar e amalgamar as visões parciais, ou de conhecimentos específicos. Isso significa enxergar o mundo em que vivemos como um grande organismo. Segundo Aristóteles, “o todo é maior que o somatório das partes”.

O primeiro e grande passo do rotariano, para conviver em equipe, é conhecer a si próprio. Para tanto, necessário se torna mergulhar no seu próprio interior; desenvolver autocrítica de elevado nível; reconhecer suas potencialidades e limitações; ser dono de sua própria mente; e buscar, permanentemente, a metamorfose interior.

O segundo passo é saber identificar, absorver e aprender a lidar com os conflitos, existentes no clube, transformando-se em ações coletivas e inspiradoras. Entre as mais comuns: fazer com que as opiniões fiquem apenas no mundo das ideias; identificar entre os conflituosos aqueles que podem se chegar para os objetivos do clube; buscar transformar a arrogância em modéstia, simplicidade e valores espirituais; harmonizar situações contraditórias com sabedoria e bom senso; e fazer com que a equipe perceba os reais objetivos da corporação.

As consequências dos conflitos poderão ser construtivas ou destrutivas. Viver em equipe também exige que se saiba ou aprenda a aproveitar as consequências produtivas, entre elas: romper a monotonia da rotina; mobilizar energias latentes do grupo; dinamizar as ideias e posições dos componentes do grupo; contribuir para aguçar a percepção, o raciocínio e a imaginação dos companheiros; estimular a criatividade e inovação dos participantes; e incentivar as pessoas a agirem e tomar decisões.

Para se diminuir os efeitos dos conflitos e buscar o fortalecimento do clube, seus componentes devem: respeitar os parceiros, as hierarquias e se fazer respeitar; ter capacidade de ouvir; superar diversidades e divergências individuais; colocar os objetivos do clube acima de tudo; enxergar os parceiros de trabalho como amigos/companheiros; possuir muita habilidade no trato e exercitar a cooperação; ter espírito conciliador e harmonioso; possuir capacidade de relacionamento pessoal e profissional; demonstrar transparência em suas ações e comunicação; exercitar princípios éticos e morais; transmitir seus conhecimentos com simplicidade; buscar, permanentemente, bons resultados; respeitar as opiniões, observações e conhecimentos dos parceiros; contribuir com a integração e evolução da equipe; demonstrar disciplina, responsabilidade, compromisso e comprometimento; evitar disputas pessoais com os outros companheiros; adaptar-se à equipe e manter convivência saudável; possuir disposição para atingir metas; aproveitar as potencialidades dos parceiros; e colocar os interesses coletivos acima dos individuais;

É evidente que alcançar o ponto máximo de evolução de uma equipe dependerá de todos os componentes do clube, na busca permanente do respeito mútuo às competências e diferenças individuais, somando os conhecimentos distintos, através da exploração dos pontos positivos de cada membro.

Também muito importante para a evolução da equipe é a definição prévia e bastante clara do plano de trabalho a ser desenvolvido; elaboração de planejamento estratégico sistêmico, com objetivos claros a serem alcançados, as respectivas metas e análise dos resultados; das responsabilidades individuais de cada componente; da troca permanente de informações; da função do líder e suas competências; e do comprometimento e empenho coletivo de todos.

Ainda, cada componente do clube deverá buscar o seu desenvolvimento individual, aumentando, permanentemente, seus conhecimentos de Rotary, por meio dos inúmeros documentos já produzidos e disponibilizados, principalmente o Manual de Procedimentos do Rotary, bem como da leitura mensal da revista Brasil Rotário, na qual são divulgadas, além dos acontecimentos e informações rotárias, de modo geral, também apresenta artigos, pensamentos e orientações de diversos companheiros, de todo o nosso país.

A harmonia total é muito difícil, pois sempre haverá posicionamentos de alguns companheiros que, embora pertençam ao grupo de rotarianos, mas como ser humano, poderão sentir-se insatisfeitos ou desaprovar procedimentos dos companheiros. Mas isso acontece em qualquer família e, sendo o Rotary uma grande família, também tem seus percalços.

Por fim, cada membro deverá abandonar os interesses pessoais e pensar somente no todo; reduzir ao máximo a CEIVA (ciúme, egoísmo, inveja, vaidade e arrogância); e se conscientizar que “o todo é maior que o somatório das partes”.

* O autor é Jaime de Moura Ferreira, associado fundador do Rotary Club de Lauro de Freitas, BA (distrito 4550)

** Foto: Istockphoto

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