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Você já deve ter notado a quantidade de elogios ao rotarismo e à excelência dos serviços prestados por esses abnegados voluntários, ajudando milhares de comunidades pelo mundo afora. Mas, tenho uma dúvida: o que é, de fato, uma comunidade?

Alguns estudiosos no assunto afirmam tratar-se do local onde vivem pessoas, formando áreas geográficas cujos habitantes têm interesses em comum. Entretanto, com a globalização, as atuações regionais extrapolam o “pertencer ao mesmo espaço físico”. Na maioria das vezes, os objetivos coletivos são agregados aos grupos sociais e suas afinidades pontuais.

A vizinhança de moradias e respectivo comércio são uma comunidade? Deveriam ser, mas nessa sociedade egoísta, poucos conhecem os seus vizinhos de rua ou de prédio. Um bairro é nossa comunidade? Também não, pois ninguém tem desfrutado do próprio bairro; deixaram de formar lideranças sadias e quase nada se faz pela melhoria local (clubes rotários procuram ajudar, mas ainda são insuficientes para motivar moradores e usuários).

Nossa cidade, estado ou país formam uma comunidade? Infelizmente, a resposta é negativa, e aí os problemas aumentam diante da falta de cidadania e desconhecimento dos direitos e deveres, tanto individuais como coletivos. O envolvimento humanitário se perdeu e só reaparece nos surrados chavões políticos. Somos divididos socialmente. Há um povo em nítida acessão econômica vivendo entre milhões de patrícios na miséria absoluta, com mais de 40 milhões de pessoas sem educação primária, 65 milhões sem saneamento básico; 10 milhões são portadores de transtornos mentais, 40 milhões têm verminoses (na falta de acesso aos serviços de saúde, as estatísticas sempre superam milhões: tuberculose, dengue, cólera, meningite, sarampo etc.). Nem quero abordar a dependência química, subempregos…

Direta ou indiretamente, a cada 30 minutos um brasileiro morre de fome. Enquanto isso, alguns privilegiados jogam comida fora ou fazem dietas de emagrecimento sem compartilhar alimentos. Nosso país não é exceção à regra. No mundo, a comunidade desvinculou o espaço físico que circunda o indivíduo e, em função da dinâmica populacional, ela ficou mais ligada às afinidades e diferentes necessidades sociais.

Através do Rotary, precisamos gerar meios para praticar o ideal de servir ao próximo, de viver, trabalhar, progredir com segurança, ter educação e moradia adequada. Assim, quero estabelecer um paralelo e peço que você me corrija, se eu estiver errado.

Por analogia, seguindo o raciocínio dos parágrafos anteriores, a Associação Brasileira da The Rotary Foundation (ABTRF) é nossa comunidade junto à Fundação Rotária, sobretudo porque é a “impressão digital” de um país diante de outras áreas rotárias mundiais.

Conclusão: ao prestigiar a ABTRF, estaremos ajudando nossa comunidade.

Isso faz sentido para você?

* O autor é Samir Nakhle Khoury, governador 2001-02 do distrito 4420, associado ao Rotary Club de São Paulo-Saúde, SP, idealizador mundial do movimento Rotary Kids, delegado votante no Conselho de Legislação 2013 e psicoterapeuta e administrador de empresas.

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