Depois de décadas sonhando em conhecer o Himalaia, George Basch, associado do Rotary Club de Taos-Milagro (EUA), fez sua primeira visita às montanhas em 2001, aos 64 anos de idade. “As minhas expectativas eram altas, mas não pensei que ficaria tão encantado com o que vi “, lembra ele.

Um dos aspectos menos agradáveis de sua visita foi presenciar a poluição interna causada pela fumaça nas casas. No Himalaia, muitas famílias usam fogões domésticos precários e até mesmo fogueiras para cozinhar.

Basch relembra que o efeito é como estar sentado em frente a um fogaréu e respirar a fumaça que o vento sopra no seu rosto. Em algumas casas, este desagrado é agravado pelo uso de esterco de iaque como combustível.

Esta fumaça não é apenas um incômodo, ela é perigosa. A Organização Mundial de Saúde estima que, em 2012, 4,3 milhões de mortes foram causadas devido à poluição do ar em lugares onde fogões de carvão, madeira e biomassa são usados. Mais da metade destas vítimas são menores de cinco anos de idade. Um especialista diz que o ato de cozinhar nestas condições é como fumar 400 cigarros por hora.

Em 2009, Basch decidiu que tinha de fazer algo a respeito disso. A boa notícia foi que o problema poderia ser resolvido de forma relativamente fácil por meio da instalação de fogões de queima limpa.

Basch localizou um fabricante de fogão de queima limpa no Colorado e se reuniu com seus inventores para determinar se o fogão poderia ser implementado com sucesso no Nepal. Em 2010, o Himalayan Stove Project (projeto fogão do Himalaia) entregou 40 fogões a famílias nepalesas. Quando Basch voltou à região, ele ficou sabendo que a iniciativa havia sido bem recebida por todos os beneficiários.

Até o momento, o projeto já forneceu mais de 3.000 fogões. Cada contribuição de 100 dólares custeia a compra, transporte e instalação de um fogão. A família beneficiária oferece um serviço ou faz uma doação em troca do produto que recebe. Algumas famílias contribuem se voluntariando em um centro comunitário local ou a comprando suprimentos para uma escola ou clínica.

Basch espera que o projeto receba o apoio de Rotary Clubs do mundo todo. Ele também está trabalhando em parceria com rotarianos nepaleses. Em fevereiro, o Rotary Club de Tripureswor, no Nepal, ajudou a entregar e instalar 90 fogões na aldeia de Gamcha. Quando os associados do clube voltaram à aldeia para entrevistar os beneficiários, eles foram informados de que os novos fogões utilizavam menos combustível e cozinhavam os alimentos mais rápido.

São comentários positivos como este que aumentam a determinação de Basch para melhorar a vida das pessoas. “Apenas nas áreas montanhosas do Nepal, há a necessidade de um milhão de fogões”, diz ele.

* Rotary News (Susie Ma)

** Foto: Rotary International/Monika Lozinska

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