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O momento em que Paul Harris descobriu o Brasil
Em 1936, uma viagem memorável permitiu aprimorar a relação entre o Rotary e a América do Sul
“A qualquer parte do Brasil que o viajante se dirija, ele tem consciência do fato de se achar num mundo novo, um mundo que apresenta um melhoramento sobre o Velho Mundo e que promete melhor ordem ainda para os anos que hão de vir.” Essa exortação foi feita por Paul Harris, fundador do Rotary, no programa de notícias radiofônico A voz do Brasil, em abril de 1936. Aquele ato era um dos pontos altos de sua visita de três meses pelos sete principais países da América Latina. “O Rotary já se aclimatou em 42 das mais prósperas cidades do Brasil”, também observou no programa. Ao nosso país ele chegara em 7 de abril, quando desembarcou no porto de Santos.
Paul Harris deixou suas impressões dessa viagem de conhecimento dos povos latinos na obra Peregrinations III, que teve agora a tradução, a primeira em língua portuguesa, do governador distrital 2010-11 Eduardo Muniz Werneck, associado ao Rotary Club do Rio de Janeiro. Mineiro de Juiz de Fora e engenheiro, Werneck impressiona pelo conhecimento em detalhes tanto sobre a vida do autor quanto sobre os primórdios do Rotary. Nós o convidamos para contar um pouco sobre essa tradução, que ganhou o título de 1936 – O ano em que o Brasil conheceu Paul Percy Harris, e está sendo lançada pela Editora Brasil Rotário (informações na página 16). O livro aborda um momento decisivo de um homem que estava interessado não em simplesmente fazer turismo, mas em conhecer a fundo as pessoas.
Como surgiu a ideia de traduzir a obra de Paul Harris Peregrinations III?
Eu já tinha ouvido falar deste livro quando o vi à venda junto às publicações do Rotary durante a Convenção do Rotary International em Birmingham, em 2009, e por isso o adquiri. Até então, o único livro de Paul Harris que eu conhecia era Meu caminho para Rotary [My road to Rotary], publicado em 1948 e traduzido para o português em 1990 pelo governador distrital Olavo Alberto de Carvalho, do Paraná.
Quando li o Peregrinations III, descobri que, muito mais do que um simples relato sobre o Rotary na América do Sul – o que de fato ele não é –, o livro é na verdade um documento histórico sobre o que era o nosso continente à época da visita de Paul Harris, em 1936. Como costumo dizer, é um livro que deve ser lido nas entrelinhas, pois ali se pode descobrir como era, naquela época, o pensamento dos países da América do Sul sobre o “irmão do Norte”, e o pensamento deste sobre os nossos países do sul. E tão importante quanto conhecer o continente, o livro nos leva a conhecer o próprio Paul Harris. Apaixonei-me tanto pela obra que achei que deveria compartilhá-la com todos os rotarianos brasileiros, já que muito poucos a conheciam.
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