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Como encontrar parceiros no exterior?

jan 3, 2018

Dentro da sequência de artigos pela melhoria da qualidade dos projetos dos distritos brasileiros, já tratamos de diversos temas. Primeiro, a disponibilidade de recursos nos Fundos Distritais de Utilização Controlada (FDUCs) em várias partes do mundo do Rotary. Segundo, a necessidade de desenvolver equipes qualificadas, no modelo dos Cadres, para escrever projetos autossustentáveis dentro do conceito do Plano Visão de Futuro.

No artigo anterior, listamos os distritos do Rotary donos dos maiores cofres em termos de captação de recursos. Trata-se, portanto, de uma relação de parceiros potenciais com vastos recursos para investimento em projetos, somando 54 milhões de dólares.

Neste artigo, trataremos de uma última barreira enfrentada pelas lideranças distritais na aprovação de projetos: a obtenção de parceiros no exterior.

Não existe manual para esse processo. Já defendi, sem muito sucesso, que a Fundação Rotária deveria montar um sistema de matchmaking, ou seja, casamento pela internet. Afinal, se hoje há casais que se conhecem online, por que não facilitar o caminho para os distritos fecharem parcerias pela via eletrônica? A razão alegada é que nosso banco de dados ainda não está capacitado a realizar esse casamento. Como não sou versado em tecnologia da informação, não tive muito argumento.

Outra razão é que os distritos patrocinadores só se entusiasmam quando visitam fisicamente o projeto a ser beneficiado, e a visita é a ferramenta para estabelecer conexões rotárias pessoais em nível mundial. Mas existem alguns caminhos, como estes que apresento a seguir:

1. Rotary Ideas. A plataforma para inserção de projetos, incluindo os Subsídios Globais, está no site do Rotary e é o embrião de um futuro centro digital de emparceiramento. Ele será mais divulgado, a partir do próximo ano, como uma ferramenta para alavancar o casamento entre os clubes do Rotary;

2. Grupos Rotarianos em Ação. Os grupos de ação de rotarianos têm sido pouco explorados, mas a Fundação Rotária vislumbra neles um potencial raro de conhecimento e relacionamento. Dentro do conceito de Subsídios Globais, hoje é encorajada a participação desses grupos, compostos por rotarianos unidos em torno de um tema, como doação de sangue, saúde da família e combate à Aids, sobreviventes da pólio ou alfabetização, por exemplo. Eles podem funcionar como provedores de conhecimento técnico específico para o projeto ou também como canais para emparceiramento, já que o tema do Grupo Rotarianos em Ação os une;

3. Alumni. Os jovens do Rotary também têm sido pouco utilizados como portadores de projetos, mas sou testemunha de dois casos de extremo sucesso em distritos brasileiros, como um envolvendo uma intercambista do distrito 4580. Os anfitriões americanos gostaram tanto da presença da estudante oriunda de Minas Gerais que decidiram contribuir com 20 mil dólares para um projeto de Subsídio Global. Esse raciocínio vale para ex-bolsistas e para Equipes de Formação Profissional (EFPs), chamadas em inglês de Vocational Training Teams (VTTs);

4. Lideranças seniores. Liderar pelo exemplo é a única forma de liderança, já dizia Albert Schweitzer. Cabe aos líderes do Rotary no Brasil mostrar o caminho, seja como curador, diretor, ex-diretor, coordenador regional da Fundação Rotária, do Rotary ou de Imagem Pública ou ainda consultor de doações extraordinárias/Fundo de Dotação. Esses rotarianos são beneficiados por treinamento intensivo na sede da organização, em Evanston, onde desenvolvem relacionamentos de nível internacional. Daí a alavancar parcerias de projetos é nada mais do que um desdobramento natural das relações criadas e nutridas pelo Rotary. Como curador, em visitas ao exterior, representando a Fundação, já emparceirei dois projetos, entre o Brasil, a Índia e a Romênia.

* O autor é Mário César de Camargo, curador 2015-19 da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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