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Unidos pela saúde de mães e bebês

abr 2, 2018

Dezesseis mil crianças com menos de cinco anos de idade morrem todos os dias. Apesar do índice de mortalidade infantil apresentar quedas contínuas desde 1990, o mundo ainda não está fazendo o suficiente para prevenir novas mortes. Essa informação foi revelada no lançamento do Relatório 2015 – Níveis e tendências em mortalidade infantil, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, a Organização Mundial da Saúde e o Banco Mundial.

O Brasil foi um dos países que conseguiram alcançar o quarto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, apresentando uma queda de 73% de mortes. A redução também foi alcançada na esfera regional, porém o relatório aponta que em 32 municípios brasileiros o índice de óbitos infantis supera 80 para cada 1.000 crianças nascidas. O relatório destaca que o grande desafio continua sendo o período do nascimento. Em torno de 45% das mortes ocorrem no período neonatal, que compreende os 28 primeiros dias de vida. Prematuridade, pneumonia, complicações durante o trabalho de parto, diarreia, sepse e malária são as principais causas de morte de crianças menores de cinco anos. Cerca de metade são associadas à desnutrição.

O problema é que mesmo sabendo que tantas crianças estão morrendo por falta de comida, nosso país é um dos que mais desperdiçam alimentos, desde o campo até o consumidor final. Segundo a Embrapa, do total das perdas, 10% ocorrem no campo; 50%, no manuseio e transportes; 30%, nas centrais de abastecimento e comercialização; e 10%, em supermercados e junto aos consumidores. Não podemos acreditar que em um mundo tão moderno ainda aconteça isso.

O que você e seu clube podem fazer para impedir essas perdas?

O Rotary realiza projetos sustentáveis e uma das nossas áreas de enfoque incentiva o trabalho com as comunidades para apoiar a saúde materna, neonatal e infantil.

Fornecemos vacinas e antibióticos para bebês, facilitamos o acesso a serviços médicos essenciais e contribuímos para que mães e filhos recebam a assistência de agentes da saúde bem treinados. Por meio de programas patrocinados pelo Rotary, as mulheres aprendem como prevenir a transmissão do HIV, a amamentar seus filhos e a protegê-los e a si próprias de doenças. Nossos projetos capacitam as comunidades locais para que possam assumir programas de treinamento na área da saúde pública. O Rotary está comprometido com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU que priorizam iniciativas para a redução da mortalidade materna e neonatal.

No Brasil, o Rotary já financiou vários bancos de leite e treinou muitas pessoas para a prática correta da puericultura. Como se percebe, na área materno-infantil precisamos estar atentos pois muitas necessidades ainda precisam ser atendidas.

Visitei um clube que tinha um projeto muito inteligente e barato. Todos os anos, seus associados, com estagiários de bioquímica, realizam exames de fezes nas escolas do município. Pasmem com os resultados obtidos: 80% das crianças tinham verminose, algumas delas com mais de um tipo de parasita – e os remédios para isso têm rápido efeito e são eficazes e baratos. Estamos falando de crianças malnutridas, em que o pouco que seus organismos obtinham estava sendo roubado pela verminose.

Estou no Rotary porque podemos fazer a diferença na vida dessas crianças. Comece já um projeto no seu clube. As crianças o agradecerão um dia.

* O autor é Paulo Augusto Zanardi, diretor 2017-19 do Rotary International.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para zanardi4730@gmail.com

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