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Um talento da natação que começou com impulso do Rotary

ago 29, 2019

Jhennifer Alves despontou em um projeto esportivo e hoje é atleta olímpica

Jhennifer Alves da Conceição retornou ao Brasil, no mês passado, trazendo na bagagem um título inédito para o país: uma medalha de ouro na 30ª Universíade de Verão, a maior competição esportiva universitária do mundo, cuja mais recente edição foi disputada de 3 a 14 de julho em Nápoles, na Itália. Ao vencer a final dos 50m peito, a nadadora de 22 anos, nascida em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, se tornou a primeira brasileira a alcançar o topo do pódio na natação em toda a história dos Jogos Universitários Mundiais.

O excelente resultado já era esperado. Referência na natação, Jhennifer tirou o ano de 2019 para treinar ainda mais forte e baixar seus tempos de prova, já que os objetivos são altos: conquistar uma medalha individual nos Jogos Pan Americanos (ela tem um bronze no revezamento 4x100m medley) e conseguir novamente uma vaga nos Jogos Olímpicos. Para isso, a nadadora, que é atleta do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, intensificou a participação em treinos e competições internacionais. “Eu fui atrás porque vi onde quero estar e que precisava estar competindo ao lado das melhores do meio, então fui buscar essa referência lá fora e deu um resultado incrível”, comemora Jhennifer.

Ajuda do Rotary
Além de ter batido dois recordes sulamericanos em meio a treinamentos e competições, ela conquistou em junho a medalha de prata nos 50m peito no Circuito Mare Nostrum em Mônaco. Para essa viagem, teve o apoio do Rotary Club de Nova Friburgo-Caledônia, que colaborou com os custos de hospedagem. O pedido chegou por meio do governador distrital 2018-19 Aroldo Gonçalves Pereira, que havia sido contatado por Patricia Alves, mãe da nadadora. E, para viabilizar a ajuda, o clube fez o mesmo que Jhennifer: buscou ficar mais veloz. “O clube somente iria se reunir fisicamente em data posterior ao vencimento das reservas. Usei o WhatsApp para convocar a minha diretoria, no sentido de apresentar a demanda e conseguir a necessária dotação orçamentária para apoiar a nossa atleta. Em menos de 15 minutos, tudo foi resolvido e aprovado”, conta o presidente 2019-20 Jorge Abrunhosa.

Em 25 de maio, Jhennifer participou como palestrante da Conferência Distrital do 4750 (atual distrito 4751) e foi surpreendida com o apoio do clube. “Eu estava precisando de uma ajuda, é bem caro fazer essas viagens. Meus pais os procuraram para ajudar a gente a arrecadar com o livro de ouro e acabamos recebendo quase toda a ajuda deles”, recorda a nadadora. Em 2015, o Rotary em Friburgo já havia colaborado com a participação da atleta no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Kazan, na Rússia.

Dificuldade de patrocínio
Mesmo sendo atleta olímpica, a dificuldade para conseguir patrocinadores fixos é um dos grandes desafios que a nadadora enfrenta do lado de fora das piscinas. “O esporte de alto rendimento, por sempre ser um esporte individual, encontra grandes barreiras para receber patrocínio, principalmente a natação, pois há pouco interesse das redes de transmissão e o empresário vê pouca divulgação da sua marca. O patrocínio é de suma importância”, explica o pai da nadadora, Jair Antônio Silva da Conceição, que não esperava ter uma atleta na família. “Foi uma bela e grande surpresa.”

O talento de Jhennifer para a natação foi descoberto por acaso. Ela tinha cerca de dez anos, sofria de rinite alérgica e o pediatra recomendou que praticasse o esporte. “Como não tínhamos condições de pagar, procuramos ver se havia algum projeto na cidade. Foi assim que descobrimos o Nadar é Viver, uma parceria entre o Rotary Club de Nova Friburgo, Friburgo Auto Ônibus, Super Pão, a (indústria de tecidos e aviamentos) Raquel e a Escola de Natação Aquarium”, conta Jair. O Nadar é Viver era destinado a alunos de escolas públicas com boas notas e durava dois meses. Tinha o objetivo de diminuir a mortalidade infantil por afogamento. Embora não exista mais, possibilitou a descoberta de um grande talento da natação. “Antes disso eu queria ser dentista. Eu meio que despontei no meu grupo e o professor falou com os meus pais para eu continuar na natação, se eles pudessem, porque viu um grande potencial em mim”, recorda Jhennifer.

Sacrifícios
Construir a carreira sempre demandou sacrifícios para a nadadora e a família. “Ter que abrir mão de uma adolescência normal, de sair nos finais de semana. Ou, no meu caso, de estar perto da família. Acho essa parte muito difícil”, admite a atleta, que vive em São Paulo, onde concilia o esporte com a faculdade de biomedicina, enquanto os pais e as duas irmãs continuam em Nova Friburgo. “Hoje acompanhamos as competições internacionais via redes sociais e TV, e procuramos sempre ter alguém da família presente nas nacionais”, conta o pai.

Para Jhennifer, subir ao pódio é o mais gratificante na carreira esportiva. No início deste mês, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, ela terá chance de viver esse momento mais uma vez. A família, é claro, estará acompanhando, e você também pode torcer por ela seguindo os perfis da nadadora no Instagram (@jhenniferalvesc) e no Facebook (@jhenniferalvesbr).

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