Clubes em Ação

Voltar

ACERVO

Voltar

Colunistas

Subsídios Globais: última parte

jun 13, 2017

Não quero ser monocórdio e tratar somente de um tema, Subsídios Globais. Mas cumpro a promessa das edições anteriores de retratar o conteúdo do seminário realizado em São Paulo no dia 3 de dezembro, encerrando este enfoque.

Phil Silvers é hoje o chairman do Cadre mundial, um time de 34 especialistas em projetos da Fundação Rotária no mundo inteiro. Ele acumula experiência de mais de três décadas em Subsídios Equivalentes e, agora, Subsídios Globais. Ex-diretor do Rotary International e fundador do Rotary Club de Ramalah, na Palestina, ele deu uma aula de subsídios no seminário, sendo seu principal orador. Para quem quiser ler o conteúdo do encontro, as apresentações estão disponíveis no site do distrito 4420 [visite www.rotary4420.org.br, vá até a área Fundação Rotária e, em seguida, no item Cadre, onde você encontrará o botão para download dos documentos].

Phil discorreu sobre os passos necessários para um projeto de sucesso: levantamento das necessidades da comunidade (o Rotary já falhou imensamente assumindo conhecimento das necessidades sem a humildade de perguntar) e sustentabilidade (nossa organização desperdiçou fortunas montando projetos que fracassaram porque não tiveram manutenção, pessoal técnico ou envolvimento de entidades parceiras). A pequena escala dos projetos de Subsídios Equivalentes também contribuiu para a falta de projeção da imagem do Rotary, limitando-se a iniciativas paroquiais sem repercussão.

À preleção do Phil seguiram-se as intervenções dos companheiros Ângela Maria Silva Rezende (distrito 4580), Marcos Pêgo de Oliveira (distrito 4760), Gedson Bersanete (coordenador brasileiro do Cadre de água) e Maria Laiz Zanardo (distrito 4420), com depoimentos sobre a implantação do conceito de Cadre em seus distritos e os resultados obtidos.

Em seguida, o distrito 4420 apresentou seu modelo de Cadre, compartilhando seu processo e oferecendo-se para ajudar na implementação em outros distritos brasileiros, o que já vem ocorrendo sob a batuta de Adriano Valente e Marcelo Haick. Por último, foi realizado um exercício prático de implementação do Cadre num distrito fictício.

Para finalizar, retorno ao problema de encontrar parceiros em nível internacional. Superadas as fases da falta de recursos – e já provamos que há dinheiro nos Fundos Distritais de Utilização Controlada (FDUC) dos distritos brasileiros – e da falta de conhecimento de projetos (uma lacuna que o seminário pretendia parcialmente cobrir), sobra a questão dos parceiros internacionais. Esta questão preocupa os curadores da Fundação Rotária e foi levantada por mim na última reunião do Conselho de Curadores. Nós temos que dar o exemplo e facilitar o encontro entre doadores e receptores da Fundação, sob pena de vermos o volume de FDUC não utilizado ultrapassar os atuais 58 milhões de dólares mundialmente. Uma tratativa modesta é o uso da plataforma de crowdsourcing chamada ideias.rotary.org, na qual o distrito pode postar seu projeto à procura de parceiros.

Mas o assunto virá à baila na reunião dos curadores de abril de 2017 como item de pauta. Sugestões de utilização dos recursos para a pólio são bem-vindas, mas têm que permanecer sujeitas à vontade dos distritos, não cabendo aos curadores arbitrar seu destino. Se a ferramenta para encontrar parceiros é disfuncional, temos que consertá-la e propaga-la como meio de matchmaking.

Em breve, os distritos brasileiros aprenderão a usar a ferramenta dos Subsídios Globais e retornarão muito mais serviços às suas comunidades.

* O autor é Mário César de Camargo, curador 2015-19 da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

(Mensagem de março de 2017)

Share This