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Serviços humanitários: conhecimento, estratégia e paixão

abr 4, 2022

Participamos recentemente da Conferência Presidencial em Foz do Iguaçu, na qual tive a oportunidade de abordar o tema dos serviços humanitários. Aqui compartilho alguns pontos para nossa reflexão.

Iniciamos pelos nossos valores – tendo a integridade e a diversidade intrínsecas ao comportamento, e o companheirismo desenvolvido por meio do relacionamento entre as pessoas e a liderança, em um processo que funciona como uma alavanca para conquistarmos nossos objetivos. São os serviços humanitários a maneira concreta de interagirmos com a comunidade.

Dessa forma, clubes e distritos, ao definirem os serviços humanitários como uma prioridade no seu dia a dia, se fazem presentes de modo preciso e determinado. Com frequência ouvimos o seguinte pensamento: “Um clube sem projetos não tem propósitos e não se consolida em longo prazo”.

Agora, é difícil desenvolver um projeto?

A base de todo projeto é o clube e os seus associados, portanto a decisão deve ser compartilhada por meio de uma avaliação de competências e de pontos a melhorar, pelo envolvimento e a plena motivação dos participantes. O projeto deve pertencer ao clube!

Uma peça essencial nessa jornada vem a ser o conhecimento, ou o componente técnico, uma vez que a equipe desenvolvedora de projeto deve conhecer profundamente o Guia sobre Subsídios Globais e os manuais Ferramentas para identificar as necessidades da comunidade e Princípios gerais das áreas de enfoque, que elenca os critérios de elegibilidade, sempre tendo esse material como referência.

Uma perspectiva integrada para o desenvolvimento de um projeto deve ser o componente estratégico, no qual se utilizam as quatro prioridades e objetivos do Plano de Ação do Rotary.

De modo didático, podemos descrever alguns tópicos, tais como: necessidade de melhorar a mensuração do nosso impacto; criação de canais que conduzam ao Rotary; geração de engajamento por meio do participante, com a percepção de maior valor; e criação de uma cultura aberta à inovação, mas não só a ela, como também ao risco.

Os clubes e distritos, ao contarem com a implantação do modelo da Cadre Distrital (como um grupo de especialistas locais que poderão dar apoio à elaboração, implantação e acompanhamento dos projetos), e, de acordo com a complexidade das iniciativas, acessando os especialistas da Cadre da Fundação Rotária e/ou os Grupos Rotarianos em Ação, têm à disposição, de modo integrado, uma Rede de Recursos Distritais.

O último componente desse processo de atuação, porém não menos importante, vem a ser a paixão! Durante todo o ciclo do projeto, existe uma interação humana impressionante que se inicia com os associados do clube, com as visitas às lideranças da comunidade e aos parceiros, e que é potencializada quando visitamos as famílias e comunidades vulneráveis e em situação de risco.

Conversar com um pai que necessita de emprego ou aprender a ler e escrever; com uma mãe preocupada em alimentar os filhos, ou tratar a doença de um recém-nascido; com uma família sem esperança ou uma jovem com gravidez precoce. Tudo isso reflete o valor de todos os nossos esforços, nos quais verificamos a real oportunidade de aumentar a dignidade, a autoestima, a subsistência e a sensação de cidadania de milhares de seres humanos invisibilizados.

Finalizando, lançamos um desafio aos clubes e distritos no intuito de desenvolvermos cada vez mais e mais projetos de qualidade:

1 – Desenvolver um projeto de grande impacto;

2 – Implementar ou fortalecer o modelo da Cadre Distrital;

3 – Recorrer a especialistas da equipe da Rede de Recursos Distritais, da Cadre da Fundação Rotária e dos Grupos Rotary em Ação;

4 – Fazer contato com associações, ONGs, universidades e o setor público;

5 – Fazer parcerias com fundações e corporações;

6 – Engajar os rotarianos em todo o processo;

7 – Avaliar e divulgar o real impacto do projeto para os beneficiados.

Por último, há que se destacar que a fundação de novos clubes relacionados a projetos parece ser uma consequência natural da prestação de serviços humanitários.

* O autor é Marcelo Haick, curador 2021-23 da Fundação Rotária.

diretoria@hso.com.br

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