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Seja um rotariano participativo

out 31, 2017

Em 2011, o Rotary Club de Irati, PR (distrito 4730), fez um levantamento das principais necessidades de sua área de atuação e descobriu que a Santa Casa de Misericórdia local tinha um índice de infecção hospitalar preocupante. Os associados foram atrás de profissionais da área de saúde e discutiram qual seria a melhor solução. Chegaram à conclusão de que deveriam comprar uma autoclave (equipamento para esterilização do ferramental do centro cirúrgico). Sabendo do potencial da Fundação Rotária em ajudar financeiramente na obtenção desse tipo de equipamento, eles me procuraram. Na época, eu era presidente da Comissão Distrital da Fundação Rotária, então formatamos um Projeto de Subsídios Equivalentes e fomos em busca de um parceiro internacional.

Acontece que os clubes brasileiros queriam fazer projetos de 60 mil dólares e entrar com somente 1.000 ou 2.000 dólares. Fiz contato com meus parceiros internacionais e um deles me disse: “Espera aí, o Rotary Club de Irati tem um problema em sua comunidade e quer que nós o solucionemos sozinhos? Se eles dividirem o problema conosco, topamos a parceria”. Então, para não perder o parceiro, disse de imediato: “Nós topamos! Qual é a nossa parte?”. A resposta foi que deveríamos entrar com 17 mil dólares. Pensei um pouco e respondi: “Fechado”.

Quando avisei ao presidente que havia conseguido o parceiro, mas que o Rotary Club de Irati deveria participar com 17 mil dólares, ele me disse: “Governador, o senhor está louco”. Então expliquei a ele que, após o projeto ser aprovado e liberado pela Fundação Rotária, teríamos até seis meses para pagar e eu os ajudaria na obtenção dos recursos.

Os companheiros do clube se reuniram e formataram um plano para arrecadar fundos. Agora não era mais pedir dinheiro à Fundação Rotária, mas, sim, fazer parceria com os empresários, sendo que o Rotary Club entraria com 70% dos recursos. Na reunião, um dos companheiros disse: “Estou muito feliz, meu filho acabou de ser promovido a delegado da Receita Federal em Ponta Grossa”, cidade próxima a Irati. Outro comentou: “Ouvi dizer que eles doam produtos apreendidos de contrabando a projetos sociais”. Conclusão, foram falar com o delegado e ele liberou dois contêineres de objetos apreendidos, organizou-se um bazar e logo os recursos foram obtidos. O clube conseguiu 17 títulos de Companheiro Paul Harris e 17 safiras em um mesmo ano, três vezes mais do que havia arrecadado em 45anos de existência.

E seu clube, já discutiu qual é a maior necessidade da sua comunidade? Verificou se é possível ajudá-la com recursos da Fundação Rotária? Temos cinco milhões de dólares parados no Brasil que poderiam estar sendo aplicados na melhoria da qualidade de vida de nossas comunidades carentes. Pergunte ao seu governador com quanto o distrito pode ajudar o clube. Pergunte ao presidente da Comissão da Fundação Rotária se ele pode colaborar na realização de um projeto. Enfim, seja de fato um rotariano interessado e participativo no seu clube e no seu distrito. Essa é uma das coisas em que o Rotary faz a diferença.

* O autor é Paulo Augusto Zanardi, diretor 2017-19 do Rotary International.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para zanardi4730@gmail.com

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