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Qual o próximo programa corporativo?

set 4, 2017

Em frequentes palestras pelo Brasil, sou abordado com a pergunta de 1 milhão de dólares: qual o próximo programa corporativo da Fundação Rotária após a pólio?

O tema é controverso, espinhoso, e o Conselho de Curadores sequer admite discuti-lo, guiado pelo item 35.060 do Código Normativo da Fundação Rotária, que expressamente proíbe qualquer decisão antes da erradicação completa da pólio. Lembremos que para a vitória total sobre essa doença são exigidos 36 meses sem qualquer caso em âmbito mundial até a certificação pela Organização Mundial da Saúde.

A mesma decisão é ratificada pelo item 40.040.1 do Código Normativo do Rotary, ao reger que, até que o programa Polio Plus seja concluído com sucesso, nenhum projeto corporativo será considerado. Não podemos perder o foco.

Tampouco há unanimidade com relação à inevitabilidade do próximo programa corporativo. Há líderes rotários que advogam um recuo nesse tema, retornando o foco para as atividades do clube. Outros defendem um intervalo de tempo sem programa corporativo. Boa parte, porém, considera que o conhecimento acumulado desde os anos 1980 com a luta contra a pólio deve alavancar outro programa sucedâneo.

Isso significa que a Fundação Rotária renega o tema? De forma alguma. O Comitê de Planejamento Estratégico, obviamente, desenha cenários para o futuro, e uma de suas funções é apresentar caminhos pós-pólio. Discussões acaloradas acontecem sobre o assunto, cujo conteúdo é sigiloso, mas podemos elucubrar sobre caminhos e critérios.

Além do inquestionável cronograma de erradicação da poliomielite, já enunciado, algumas premissas podem apontar para um próximo projeto monotemático ou para projetos de monta em cada área de enfoque do Rotary.

Haverá, naturalmente, a ratificação tanto do Conselho Diretor do Rotary quanto da Fundação Rotária e do Conselho de Legislação. E mais: teremos que considerar nossa capacidade organizacional, o interesse dos rotarianos e dos potenciais parceiros.

Por conseguinte, alguns critérios lógicos de administração de projetos, que servem tanto à construção de uma ponte quanto ao estabelecimento de uma empresa – assim como para “adivinharmos” o programa futuro do Rotary –, terão que ser seguidos.

De qualquer forma, qualquer que seja o programa, ele terá que ser consistente com o objetivo do Rotary, nossa visão e nosso planejamento estratégico. Também deverá haver um cronograma com objetivos intermediários e mensuráveis desde a sua implantação.

Dada nossa abrangência global, global também deverá ser o impacto do programa, seu apelo e envolvimento. Precisaremos utilizar de forma eficaz e motivadora a fabulosa força de trabalho de 1,2 milhão de rotarianos pelo mundo.

Por fim, o programa terá que considerar as organizações parceiras de forma complementar, conservada a liderança do Rotary por meio do nosso programa de desenvolvimento corporativo de parceiros.

Mas qual será o resultado? Qual o programa? Ninguém no meio rotário ou fora dele sabe. Mas como diria John Kenny, presidente 2009-10 do Rotary: “O futuro do Rotary está em nossas mãos”.

* O autor é Mário César de Camargo, curador 2015-19 da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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