Os rotarianos sabem do envolvimento da nossa Fundação Rotária com a meta de erradicação mundial da poliomielite – isto desde 1985, durante a gestão do presidente internacional e médico Carlos Canseco, ocasião em que adotamos o combate à pólio como nosso primeiro (e até agora único) programa corporativo.

O protagonismo do Rotary nesta causa é reconhecido por entidades, governos, celebridades e parceiros financiadores, principalmente nesta reta final de erradicação, que monitora os três últimos países onde a doença resiste endemicamente: Afeganistão, Paquistão e Nigéria. Neste último, faltam alguns meses para completarmos os três anos desde a derradeira ocorrência, lapso necessário para que os nigerianos recebam outra vez a certificação de país livre da pólio.

Mas fui positivamente surpreendido com a maciça divulgação dos esforços de vacinação num país que eliminou a doença em 1989: o Brasil. Como curador, é alvissareiro notar que a preocupação com a recidiva da doença tomou o noticiário, as autoridades sanitárias e, num efeito cascata, reacendeu a questão para os Rotary Clubs brasileiros.

Declarações do ministro da Saúde na televisão reconhecendo o apoio do Rotary somaram-se a reportagens no Estadão, na Folha, no Globo e em incontáveis publicações regionais. No dia 12 de agosto, em artigo na revista Veja, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, ratificou o que o Rotary vem pregando há tempos: a queda nos índices de vacinação nos últimos anos coloca em perigo não somente a erradicação da pólio, já consolidada, mas abre caminho para outras doenças, como sarampo, febre amarela e hepatite.

O assunto voltou à pauta e a campanha de vacinação em escala nacional certamente contribuirá para atingirmos o nível de segurança, imunizando 95% da população-alvo. Os Rotary Clubs desempenharam papel crucial no engajamento da mídia e da população.

Na dezena de grupos no WhatsApp dedicados ao Rotary de que faço parte, recebi diariamente fotos de Ivete Sangalo e Isabeli Fontana posando com nossas camisetas vermelhas de embaixadoras do End Polio Now.

Vi clubes do Brasil todo participando da divulgação dos locais e datas de vacinação em suas comunidades, de Lages a São Paulo, Santo André, Santos, Morro Agudo, Divinópolis, Lavras e Indaiatuba. A imprensa local cobriu a pauta, seja no jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, ou em Araguaína, Fernando Prestes e São João da Barra, municípios onde Rotary Clubs e imprensa estiveram comprometidos com o 18 de agosto, Dia D da Campanha Nacional de Vacinação.

É gratificante verificar que os dois maiores patrimônios do Rotary e da Fundação Rotária – os rotarianos e a nossa credibilidade em prol de uma boa causa, a chamada advocacy – estão novamente em campo. Ao vírus da poliomielite, um aviso: seus dias estão contados.

* O autor é Mário César de Camargo, curador 2015-19 da Fundação Rotária.

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