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Percorrendo o país no ano do centenário

jul 4, 2017

A função do curador é vista, acertadamente, como um trabalho de longo prazo, de visão internacional, de participação em reuniões de comitês técnicos, estabelecendo diretrizes para o futuro da Fundação Rotária. Um trabalho que engloba a alocação de 115 milhões de dólares para a pólio, ou de 80 milhões de dólares para mais de 1.200 projetos de Subsídios Globais em 2016-17.

Mas um dirigente atual do terceiro setor deve conhecer o chão de fábrica – como chamo o pessoal que efetivamente trabalha, os rotarianos dos clubes e distritos –, sob pena de exilar-se na torre de marfim, desconectado dos problemas e oportunidades reais. Por isso é um privilégio dirigir a palavra aos distritos brasileiros e, ao mesmo tempo, aprender com eles os desafios e projetos para fazer o bem no mundo. Nosso lema é conhecer nossa terra e nossa gente com uma agenda positiva.

Percorri 23.049 quilômetros de novembro a junho, atendendo aos convites de quatro reuniões de governadores e nove distritos das zonas 22A, 22B e 23A. De Bagé a Gravatá, de Brasília a Nova Friburgo, de Passa Quatro a Santos, travei contato com centenas de rotarianos, seus sonhos, seus projetos comunitários, suas decepções, seu entusiasmo.

A mensagem propagada pelo caminho foi sempre confiante: de como uma fundação que nasceu a partir de uma doação quase simbólica de 26,50 dólares em 1917 transformou-se em uma organização de 1,2 bilhão de dólares de ativos em 2017. Uma fundação que investiu 1,2 bilhão de dólares de seus membros para o fim da pólio, além de alavancar 15,8 bilhões de dólares de entidades governamentais e privadas até 2020. Que salvou 15 milhões de crianças graças a um total de 15 bilhões de vacinações em três décadas. Que tem que investir ainda 5,7 bilhões de dólares para evitar que em 2026 ocorram 200 mil casos de pólio (o que equivaleria a quase retornarmos ao patamar de 1.000 casos diários de 1988).

Por outro lado, pude apreender a realidade dos distritos brasileiros, cujo panorama (até 31 de maio último) é o seguinte:

1) A despeito da crise que assola o Brasil, os nossos distritos arrecadaram 2,9 milhões de dólares, capitaneados pelo 4420, com 367 mil dólares, seguido pelo 4630, com 201 mil dólares, e pelo 4430, com 181 mil dólares. Fruto do trabalho de seus então governadores e dos coordenadores da Fundação, Hugo Dórea e Antonio Carlos Cardoso;

2) Os subsídios concedidos pela Fundação aos distritos alcançam 2,99 milhões de dólares. Os distritos com maior utilização são o 4420, com 554 mil dólares, seguido pelo 4630, com 256 mil dólares, e pelo 4590, com 176 mil dólares;

3) O saldo de fundos não utilizados do Fduc alcança 3,546 milhões de dólares, sendo os maiores fundos os seguintes: 295 mil dólares, do 4420; 281 mil dólares, do 4640; e 249 mil dólares, do 4470. Os números indicam, portanto, que há espaço financeiro para projetos.

Pude captar também o interesse dos distritos pelos Subsídios Globais, tendo vários deles montado equipes do Cadre (especialistas na área de projetos sustentáveis) e mostrado preocupação em encontrar parceiros internacionais. Essa é a direção correta. Os distritos brasileiros mostram que no ano do centenário da Fundação Rotária estiveram engajados em continuar trabalhando sob o nosso lema: Mais 100 Anos Fazendo o Bem no Mundo.

* O autor é Mário César de Camargo, curador 2015-19 da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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