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Os sete (ou oito) verbos da gestão 2019-21

ago 1, 2019

Verbos são palavras que indicam ação, estado ou fenômeno da natureza. Em nossa gestão vamos focar nos movimentos que os verbos sugerem, sair da zona de conforto, encarar novos desafios e trabalhar pela causa.

1. Inspirar-se: recém-saídos da gestão do presidente Barry Rassin, os rotarianos precisam inspirar-se nos benefícios que trazemos para nosso entorno. Quem ouviu a palestrante Loriane Heide na Convenção de Hamburgo, relatando sua história de pobreza rural resgatada pelo programa de intercâmbio patrocinado pelo Rotary para jovens carentes, formando-se em seguida na universidade e tornando-se rotariana em gratidão, tem que acreditar que o que fazemos transforma vidas.

2. Sonhar: os sonhos não pagam impostos (ainda). Como dizia Friedrich Nietzsche, quanto mais nos elevamos, menores nos tornamos aos olhos de quem não sabe voar. Nossa gestão é curta, de apenas um ano. Por que desperdiçá-la com metas medíocres? Tenham objetivos altos, desafiadores, motivadores. Rotarianos de excelência não se conformam em pertencer a clubes medianos, mornos. Fazem o que 150 mil estão fazendo anualmente no mundo do Rotary: vão embora.

3. Conectar-se: agora, na gestão do presidente Mark Maloney, a tônica é conexão. Uma palavra moderna, de mídia social, mas que o Rotary conhece há 114 anos. O que fazia Paul Harris quando se reuniu com três outros em 23 de fevereiro de 1905 senão conectar-se com seu entorno? “A melhor rede social continua sendo olhar nos olhos”: é o que nós, rotarianos, praticamos há um século. Sozinho, você não fará nada. Como presidente, necessitará dos associados. Como governador, precisará dos presidentes. Como diretor, dos governadores.

4. Agir: menos falação, mais ação. Líderes rotarianos gostam da palavra, treinam técnicas de oratória, discursam. Mas nada substitui a ação. “Um grama de ação vale mais do que uma tonelada de teoria”, dizia o filósofo. Somos Pessoas em Ação. Façam projetos, tragam novos companheiros. Vamos fazer valer essa imagem.

5. Falhar: por quê? Não queremos o fracasso, mas assumimos o risco de tê-lo. Há uma frase que diz: “Fracassar não é cair, é permanecer no chão”. Perguntado sobre os “fracassos” nas mil tentativas de inventar o filamento para a lâmpada elétrica, Thomas Edison respondeu: “Já aprendi mil formas de não fazer, vou tentar a milésima primeira”. Persistam. Arch Klumph demorou de 1917 a 1947 para receber as primeiras doações significativas para a Fundação Rotária, o que só aconteceu após a morte de Paul Harris.

6. Corrigir: um professor da Fundação Getúlio Vargas uma vez me disse: “Não seja muito amigo das suas ideias, elas podem emburrecê-lo”. Admitamos o erro, corrijamos as falhas, sejamos mais tolerantes. Paul Harris disse na primeira edição da The National Rotarian, de janeiro de 1911: “A palavra que distingue o rotariano é a tolerância. Principalmente com nossos erros e com os erros alheios”.

7. Apresentar resultados: há uma frase inscrita na parede do 18º andar do edifício sede do Rotary International, na sala onde se reúnem o Conselho Diretor e o Conselho de Curadores da Fundação Rotária: “Qualquer que seja o significado do Rotary para os rotarianos, para o mundo ele será conhecido pelos resultados que apresentar” (a frase não é literalmente assim, mas o espírito é esse). No fim do dia, os resultados falarão por nós. Discursos inspiradores, metas ousadas, ação firme, correção de rumos: nada disso terá significado se não apresentarmos resultados convincentes.

E, por último, um verbo que justifica todo esse trabalho no Rotary: divertir-se. O Rotary é sério, trabalha pelo bem no mundo, mas a recompensa do rotariano é a diversão, o companheirismo, a amizade, a boa conversa, o aprendizado mútuo, a solidariedade. Somos sérios, mas não carrancudos. Isso nos manterá trabalhando em prol das comunidades.

* O autor é Mário César de Camargo, diretor 2019-21 do Rotary International.

mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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