Clubes em Ação

Voltar

ACERVO

Voltar

Falar de futuro é sempre complicado. Lembro-me de uma pérola de H.M. Warner, fundador da Warner Brothers, em 1927, a respeito do cinema falado: “Quem é o estúpido que vai querer ouvir atores falar?”

Se ele, magnata do cinema mundial, podia errar, por que eu, curador noviço, não posso? Diante disso, ousei refletir sobre um tema estratégico para a Fundação Rotária, já que integro o Comitê de Planejamento Estratégico conjunto do Rotary e da Fundação, junto com o curador Thomas Thorfinnson, o diretor Manoj Desai e o vice-presidente Greg Podd.

Aliás, comitê é o que não falta na estrutura do Rotary International e da Fundação Rotária. Contam-se 58 deles, e no mês de setembro o Planejamento Estratégico reuniu-se em Evanston, EUA, para propor a redução do número desses comitês, cortar custos e evitar superposição de trabalhos. Mas isto já é objeto de outro artigo.

Na apresentação durante o Instituto Rotary do Brasil no Rio de Janeiro, em agosto, elenquei cinco desafios que, na minha limitada visão, impõem-se à Fundação Rotária nos próximos anos. O número é aleatório, poderiam ser dez ou 12, dependendo da visão de cada rotariano. O ex-curador Antonio Hallage listou dez desafios na sua apresentação no mesmo Instituto.

1º desafio: Acabar com a pólio. Estamos no clássico dilema entre a saúva e o Brasil, lembram-se? Ou o Rotary acaba com a pólio, ou a pólio acabará com o Rotary. Contamos 36 casos da doença até 20 de agosto deste ano, contra 359 casos em 2014. A Fundação Rotária investiu 29 milhões de dólares, oriundos dos rotarianos, acrescidos de 69 milhões de dólares da Fundação Bill e Melinda Gates, e gastou 126 milhões de dólares no combate à doença. Isso provocou um déficit de 28 milhões de dólares na gestão 2014-15, repetindo um cenário de anos. Há um fundo específico na Fundação Rotária para o programa Polio Plus, portanto, não há desvio de dinheiro dos programas regulares. Mas temos que zerar o compromisso de acabar com a poliomielite, sob pena de se esgotar esse fundo sem o resultado almejado. Além do compromisso institucional do Rotary com as crianças do mundo, trata-se de um legado que o dinheiro não pode comprar.

2º desafio: Definir o próximo programa. Há um debate sobre se e quando se implantará o próximo programa da Fundação Rotária e do Rotary International. O tema da reunião do Comitê Estratégico em setembro foi propor aos diretores e curadores os critérios para a escolha do programa. Uma indicação são as seis áreas de enfoque da Fundação Rotária, cujas dotações foram, no período de 2010-13, as seguintes: educação básica e alfabetização (5,99 milhões de dólares), prevenção e tratamento de doenças (9,63 milhões de dólares), desenvolvimento econômico e comunitário (5,9 milhões de dólares), saúde materno-infantil (3,42 milhões de dólares), recursos hídricos e saneamento (14,1 milhões de dólares), e paz e prevenção e resolução de conflitos (1,4 milhão de dólares).

Continuaremos com os três desafios restantes na próxima edição.

* O autor é Mário César de Camargo, curador da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

Share This