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Como uma organização de prestação de serviços, o Rotary prevê que sua Fundação Rotária acesse recursos – quer sejam eles provenientes de empresas ou de mantenedores que são pessoas físicas – via contribuições pontuais, periódicas ou legados. A mobilização desses recursos só é possível mediante a legitimidade social conquistada pela Fundação Rotária do Rotary International. Como entidade captadora de recursos da sociedade, ela precisa devolvê-los em forma de serviços a causas nobres e de satisfação das necessidades da comunidade em que está inserida, para granjear tal legitimidade.

O legado é uma forma pouco utilizada em alguns países, dentre eles o Brasil, de reconhecer esta devolução e utilizar a modalidade de deixar bens ou valores à disposição, no nosso caso, de nossa organização, para que produzam efeitos que, ao garantir a sustentabilidade econômica da Fundação, permitam que o servir rotário se perenize. Ao deixarmos um legado, tendo a Fundação Rotária como beneficiária, estaremos perenizando a sua capacidade de exercer a filantropia.

A filantropia, no seu significado, deve ser entendida como o amor à humanidade. Pode igualmente ser expressa como a antítese do egoísmo. Nas palavras de Gandhi, em sua tese apostolar da não violência, “para a violência não existir, é necessário que não exista o egoísmo”. É portanto lícito concluir que, na maioria dos casos, é o egoísmo que nos impede de deixar um legado e realizar a filantropia na sua máxima expressão de um ato de amor.

O rotariano preza, entre seus princípios, a ética – e através da disseminação de sua prática, a construção de uma sociedade baseada em sólidos princípios éticos. E é por meio do exemplo de desprendimento consciente na utilização de seus bens privados para fins sociais públicos que o rotariano irá inspirar outras pessoas a fazer o mesmo.

Esta atitude de doação, tão bem entendida pelos rotarianos, se torna cada vez mais necessária para prover assistência continuada em áreas relegadas pelo Estado de forma cada vez mais crescente em todo o mundo. A cada ação de afastamento do Estado no suprimento das demandas de pessoas em situação vulnerável, ocorre uma reação da sociedade, organizando instituições não governamentais, como o Rotary. Em seu pioneirismo, a nossa organização congrega e polariza a utilização de recursos e esforços de cidadãos e empresas conscientes de sua responsabilidade social, para minimizar ou mitigar as vulnerabilidades detectadas.

A sustentabilidade econômica das ações de prestação de serviços subsidiadas pela Fundação Rotária somente será efetiva se entendermos que devemos destinar a ela os nossos legados, através do Fundo de Dotações – antigo Fundo Permanente –, para perenizar os efeitos desses trabalhos.

E o Rotary continuará sendo uma entidade filantrópica exemplar, pois os rotarianos que confiam os seus bens à Fundação Rotária irão garantir que a prestação de serviços que promovemos tenha continuidade e atravesse gerações fazendo o bem no mundo.

* O autor é Antonio Hallage, diretor 2009-11 do Rotary International, curador da Fundação Rotária, membro gestor da ABTRF e associado ao Rotary Club de Curitiba-Leste, PR (distrito 4730).

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