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O Rotary conecta o mundo

mar 1, 2019

Paul Harris era mesmo um visionário. Mais de um século antes da invenção do iPhone, do Google, do Facebook e do WhatsApp, ele já havia imaginado uma forma de conectar o mundo. Garoto nascido no interior de Wisconsin, no norte dos Estados Unidos, ele decidiu reunir outros três conhecidos para criar uma instituição com a finalidade de reunir profissionais de princípios na fria e inóspita Chicago de 1905. Eles já tinham o propósito de conectar-se entre si, com a comunidade e, posteriormente, com o mundo. Assim nasceu o Rotary.

Conexão é a palavra da década. As mídias sociais encurtaram distâncias entre pessoas, o verbo viralizar entrou no vernáculo, políticos tomam decisões consultando seus seguidores e elegem-se dispensando intermediação da imprensa ou de cabos eleitorais. Nessa revolução, o Rotary parece uma instituição datada, antiga, de velhos homens estagnados, não parece?

Ledo engano. Os valores do Rotary permanecem imutáveis 114 anos depois de sua fundação. Valores como integridade, diversidade, companheirismo, serviço e liderança estariam ultrapassados? Seria arcaica uma instituição que a cada três anos se reinventa em seu Conselho de Legislação, disposta a revisitar o passado, corrigir erros, evoluir sempre e, às vezes, revolucionar, como afirmou seu próprio fundador?

No presente, a capacidade de aceitar e promover mudanças é, talvez, o maior valor das instituições humanas. A velocidade de mudança não é mais aritmética, mas geométrica. Padrões que se alteravam a cada dez anos atualmente transformam-se em dois anos. O Rotary precisa acompanhar essa velocidade, e está se questionando internamente sobre como manterá a atratividade para novos públicos. Conectando-se com essa nova audiência, conectando-se com os atuais rotarianos, conectando-se com as comunidades e com o mundo.

Nós entendemos de conexão. Temos 35 mil Rotary Clubs em mais de 200 países e regiões. Clubes conectados em todo o planeta. Por vezes, desconhecemos fronteiras entre países nos nossos territórios distritais. Vencemos barreiras de língua, credos, raças, etnias e cores. Não temos 1,5 bilhão de usuários como o Facebook, mas nossos posts são de gente em ação, de campanhas de vacinação, de construção de poços, de captação de fundos para crianças desassistidas, de patrocínio a programas de intercâmbio e bolsas para jovens, e – principalmente – de erradicação mundial da poliomielite. Estamos pensando no outro antes de pensarmos em nós mesmos.

* O autor é Mário César de Camargo, curador 2015-19 da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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