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A pergunta acima é a mais frequentemente enfrentada pelos líderes rotários em seus contatos cotidianos com rotarianos de todo o mundo. É fácil perceber o impacto do programa corporativo, pela primeira vez na história da nossa organização, desde que foi proposto pelo presidente 1984-85 do Rotary International, Carlos Canseco. O Polio Plus galvanizou o movimento rotário, focou num único objetivo, promoveu parcerias com instituições e dinheiro alheio, ensinou-nos a enfrentar obstáculos de toda ordem: financeira, logística, política e religiosa. Aliou-nos a celebridades e gerou histórias incríveis de solidariedade e dos melhores sentimentos da espécie humana.

E, como bônus, mostrou aos rotarianos do mundo nosso melhor talento como instituição: a advocacy – nossa capacidade de angariar apoio a uma causa, congregando lideranças políticas, empresas, governos, pesquisadores e voluntários.

Mas não é unanimidade que o Rotary e a Fundação Rotária devam ter um próximo programa corporativo. Alguns respeitados líderes rotários apontam a exaustão financeira da instituição, o esgotamento dos rotarianos com o tema da pólio – ainda um compromisso por cumprir – e pregam o retorno aos programas no âmbito do clube e da comunidade.

Sou privilegiado por participar do Comitê Conjunto de Planejamento Estratégico do Rotary e da Fundação. Esse grupo não vai definir qual o próximo programa corporativo, mas, primeiramente, os critérios para sondar a oportunidade de tal programa. Depois, se for o caso, ele estabelecerá os fundamentos para defini-lo.

A preocupação não é nova: o Conselho Diretor estabeleceu a decisão 45 em novembro de 2005. Nela estavam inscritos os pressupostos para o próximo programa corporativo, como a certificação da erradicação da pólio, a ratificação do novo programa pelo conselho, pelos curadores e pela legislação rotária, a unicidade do programa e seu caráter temporal e finito.

Frutos também do aprendizado do Rotary e da Fundação com o Polio Plus, um desafio no qual embarcamos 30 anos atrás, critérios estão sendo discutidos pelo comitê. Estes são alguns deles:

A coerência com os objetivos e o planejamento estratégico do Rotary e da Fundação Rotária;

Uma cronologia definida com datas identificáveis para avaliação e término de etapas, de preferência trienais, para coincidir com o Conselho de Legislação;

Objetivos de arrecadação compatíveis com os objetivos atuais da Fundação Rotária e de forma a não comprometer os programas e fundos das instituições;

Apelo e aplicação global. Rotarianos de todo o mundo devem ter capacidade para participar de forma significativa;

O programa deve ter resultados mensuráveis, a exemplo do que ocorre no combate à pólio;

O programa deve ser atraente e apoiado no âmbito do clube;

O programa deve despertar significativo interesse rotário no mundo antes de sua implementação.

Estes são apenas alguns aspectos da discussão, que terá impacto crucial no futuro do Rotary e da Fundação. Os rotarianos do mundo terão a oportunidade de manifestar suas opiniões a respeito do tema. Quem quiser pode escrever-me a respeito, estou aberto a ouvi-los.

* O autor é Mário César de Camargo, curador da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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