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Esta pergunta me ocorreu logo após minha confirmação como curador entrante (uma tradução possível para incoming trustee) em novembro do ano passado, uma indicação fomentada pelo diretor 1995-97 do Rotary International José Alfredo Pretoni. Passada a surpresa, pois o cargo parecia ser de acesso exclusivo a ex-diretores (não o é), passei por um treinamento em março deste ano, e participei da primeira reunião em abril, na condição de ouvidor, sem direito a manifestação. A minha primeira participação efetiva ocorreu em 10 de junho, logo após a Convenção do Rotary em São Paulo.

Os coordenadores regionais da Fundação (RRFCs – Regional Rotary Foundation Coordinators, no jargão da Fundação) trabalhariam sob meu comando? Os coordenadores de Doações Extraordinárias (EMGAs – Endowment Major Gifts Advisers) também? Ambas as funções operam para aumentar doações e projetos da Fundação Rotária em suas respectivas Zonas Rotárias.

A resposta é: não, para ambos os casos. Essas funções se reportam ao diretor da Zona Rotária, no caso, meu amigo do Rotary e pessoal José Ubiracy. Diretores têm vínculo territorial com sua base rotária, curadores não. Diretores representam seu país ou vários países geograficamente definidos pelas Zonas Rotárias. Curadores não têm território; eles cuidam dos interesses de sustentabilidade da Fundação.

Os nomes dos atuais curadores estão na página 4 desta edição: são quatro ex-presidentes do Rotary (Klinginsmith, Burton, Kalyan e Tanaka), quatro ex-diretores americanos da nossa organização (McGovern, Netzel, Bajat e Thorfinnson), um canadense (Styles), um coreano (Suk Yoon), um ugandense (Owori), um turco (Balkan), um espanhol (Sorjús), um indiano (Gupta), um brasileiro (Camargo) e o secretário-geral John Hewko. Entre os brasileiros vivos que já exerceram a função encontram-se José Alfredo Pretoni e Antonio Hallage. Desnecessário comentar a estatura desses rotarianos no cargo que agora tentarei desempenhar.

Os curadores não têm função operacional na rotina da Fundação Rotária, mas são os responsáveis pela sustentação dela no longo prazo. Entre as funções, que constam da seção 3.1 do TRF Bylaws [a legislação da Fundação Rotária], os curadores podem:

1) Segurar, investir e administrar todos os fundos e propriedades da Fundação Rotária. Estamos falando de mais de 1 bilhão de dólares em ativos, que precisam ser rentáveis para garantir os programas da Fundação Rotária. Cabe aos curadores investir em ações, imóveis, criar reservas para atingir projetos específicos (vide o programa Polio Plus), aprovar o orçamento (para o próximo ano, 270,4 milhões de dólares em contribuições, acrescidos de 45,9 milhões de dólares de rendimentos provenientes de aplicações da Fundação Rotária, que garantirão a aplicação de 228,2 milhões de dólares em programas). No caso específico da Associação Brasileira da The Rotary Foundation (ABTRF), o Conselho de Curadores aprovou na reunião de 10 de junho que o presidente Hipólito Sérgio Ferreira tenha uma verba adicional de 12 mil dólares para divulgar a ABTRF no próximo Instituto Rotary do Brasil, a ocorrer no Rio de Janeiro, e em outros seminários.

Continuarei a dissecar as funções no próximo artigo. Com isso, desmistificamos a figura do curador, mostrando o quão importante é para o Brasil ter um rotariano nesse cargo.

* O autor é Mário César de Camargo, curador da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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