Clubes em Ação

Voltar

ACERVO

Voltar

Colunistas

O primeiro ano depois do centenário

out 2, 2018

A gestão 2017-18 foi a primeira do próximo século da Fundação Rotária. Havia certa apreensão quanto à fadiga de contribuição ou investimento em programas, decorrente da intensidade das celebrações dos 100 anos em 2016-17.

Ledo engano. O primeiro ano do segundo século da Fundação foi espetacular, superando as expectativas dos curadores. Do Brasil já falamos em edição anterior. Com aumento das captações, mesmo diante da crítica situação econômica atual, nosso país voltou ao ranking dos dez maiores contribuintes, com mais de 4,55 milhões de dólares em doações.

Em nível mundial, os primeiros números, ainda não auditados (mas que não devem mudar muito), foram divulgados na recente reunião dos curadores em Evanston, no mês de agosto. A expectativa de captação total do orçamento atingia 360 milhões de dólares. O valor efetivo apurado foi de 414,7 milhões de dólares, mais de 15% superior ao objetivo. Dentre os países que mais contribuíram, a Índia superou o Japão como segundo maior arrecadador, atingindo 19,2 milhões de dólares, atrás dos Estados Unidos, com 181 milhões de dólares – aí incluídos os 100 milhões de dólares da Fundação Gates.

O curioso é que a Índia teve uma contribuição per capita de 65,45 dólares, contra 68,50 dólares do Brasil, um país com renda por habitante bastante superior à indiana. Sinal de que ainda temos um longo caminho a percorrer para aumentarmos nossas contribuições.

Os recursos da Fundação aumentaram 69 milhões de dólares, passando de 1,058 bilhão para 1,127 bilhão de dólares. É interessante notar que o Fundo Distrital de Utilização Controlada, que deveria apresentar valor de 193 milhões de dólares, correspondentes a 50% do valor depositado três anos antes, tem agora 247 milhões de dólares na conta. Seguindo a cantilena que tenho apregoado em todas as palestras que faço no Brasil, há disponíveis 54 milhões de dólares de rollover, como é chamado o dinheiro não utilizado em projetos, principalmente de Subsídios Globais.

A boa notícia de uso desses recursos é que o número de Subsídios Globais não para de aumentar. De 868 em 2013-14, subimos para 1.300 projetos aprovados em 2017-18, utilizando 86,3 milhões de dólares, com um tíquete médio de 66.400 dólares por projeto – bem dentro do objetivo de aumentar o valor médio dos projetos, segundo o Plano Visão de Futuro. Se consideramos o potencial de benefício para a comunidade, os 54 milhões de dólares resultariam em 813 projetos adicionais, aumentando significativamente o retorno para os clubes no chão de fábrica.

Outra notícia positiva é que o número de distritos participantes em Subsídios Globais atingiu 91% no último ano rotário, e 14% dos clubes se envolveram nesses projetos. Ainda que o número de distritos seja quase ideal, isto demonstra um baixo nível de adesão de clubes, o que ilustra a necessidade de implantarmos Cadres em todos os distritos para a confecção de projetos. Dos 31 distritos brasileiros, somente 11 têm essa equipe instalada. Para ampliarmos o volume de retorno para os distritos brasileiros em parcerias internacionais, melhorando a qualidade dos projetos, teremos que qualificar todos os 31 distritos do Brasil.

* O autor é Mário César de Camargo, curador 2015-19 da Fundação Rotária.

Para fazer comentários e sugestões sobre esta coluna, escreva para mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

Share This