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Colunistas

O flamingo que vai em outra direção

dez 5, 2018

Prezados companheiros rotarianos,

Na primeira edição de um novo ano rotário, é tradição que as revistas do Rotary publiquem um perfil do novo presidente internacional e de sua família. Sempre li essas reportagens com interesse, sem pensar muito na possibilidade de, um dia, ser eu a pessoa retratada numa delas.

Nunca gostei muito de chamar atenção, e a ideia de ter minha foto na capa de uma revista me deixava um pouco desconfortável. Mas, quando vi a foto escolhida, sorri. Porque a estrela daquela capa definitivamente não sou eu, nem mesmo minha esposa Esther. É o bando de flamingos totalmente indiferentes ao Rotary. Passando por nós e seguindo na mesma direção. Na verdade, todos indo na mesma direção, à exceção de um.

Não consegui pensar numa imagem mais apropriada para refletir a mensagem que quero transmitir aos rotarianos. Aquele flamingo indo na direção contrária representa muito do que precisamos fazer no Rotary. Ele sabe que todos estão indo para um lado. Ele vê isso. Mas também percebe que talvez o caminho em que estão não seja o melhor. Talvez (apenas talvez) haja um caminho melhor do outro lado, e ele queira dar uma boa conferida antes de seguir em frente com seus amigos. E se, após parar e olhar, esse novo caminho realmente parecer melhor, o flamingo chamará o restante do grupo para conferi-lo com ele. E talvez (apenas talvez) todos os flamingos escolham o melhor caminho juntos.

Mudar é difícil. E quanto mais tempo estivermos percorrendo um caminho, quanto mais amigos tivermos conosco nessa caminhada, ficará mais difícil ser aquele que dá meia volta e faz de um jeito diferente. Mas a mudança – não por si só, mas uma mudança cuidadosa, planejada e com metas – é essencial para qualquer organização que queira evoluir, permanecer relevante e seguir em frente na direção certa.

Então, veja outra vez a capa da edição de julho, mas não olhe para mim. Aquela capa não é sobre mim. Aquela capa é sobre o flamingo. É sobre ter a curiosidade, a coragem e a convicção de olhar para caminhos diferentes que podem ser melhores, quer você esteja dando um passeio em uma bela manhã nas Bahamas ou ajudando a traçar o rumo de uma organização.

* O autor é Barry Rassin, presidente 2018-19 do Rotary International.

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