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Com a criação da Associação Brasileira da The Rotary Foundation (ABTRF), foi aberto um grande leque de opções para os rotarianos e rotarianas no Brasil. Vale dizer que antes da ABTRF as doações para a Fundação Rotária eram pessoais, praticamente efetuadas apenas por rotarianos, os quais, na qualidade de pessoas físicas, faziam suas contribuições e aportes para os vários programas que a Fundação Rotária nos oferece desde 1947. E nem poderia ser diferente, pois o nosso iluminado fundador do Rotary, Paul Harris (1868-1947), antes de morrer fez um pedido aos rotarianos que desejassem homenageá-lo de alguma forma. Quando de seu falecimento, ele disse, as pessoas deveriam fazer doações em dinheiro para a Fundação Rotária – o que de fato aconteceu de forma muito generosa.

Aliás, cabe aqui um registro. Esse gesto dos rotarianos trouxe como fruto outro ato extremamente humanitário da Fundação Rotária logo depois. Naquele período do pós-Guerra, fortes doações de alimentos foram feitas para bolsões carentes da Europa, tendo o transporte dessas doações sido realizado pela Força Aérea dos EUA. Aqui já se deslumbrava a grande imagem humanitária do fazer o bem, um sonho do presidente 1916-17 do Rotary, Arch Klumph, cuja concretização se iniciara com uma proposta feita na Convenção do Rotary em Atlanta, EUA, em 1917, e que não pararia de se desenvolver. Depois, em harmonia com seus propósitos, a Fundação Rotária do Rotary International entrou em atividade apoiando programas na área educacional – quando instituiu bolsas de estudo em âmbito escolar de caráter internacional – e criando a contribuição de mil dólares, feita por rotarianos ou não rotarianos, para a Fundação Rotária. Tal contribuição passou a resultar na entrega do título de Companheiro Paul Harris.

Em sua iniciativa e pioneirismo, o diretor 1995-97 do Rotary José Alfredo Pretoni, inspirado, talvez, em outras organizações semelhantes em países como Alemanha e Japão, liderou um grupo de rotarianos afinado com a ideia de criar uma associação brasileira dentro do Rotary para apoiar a Fundação Rotária. Tratava-se de um trabalho ainda virgem naquela época.

Como integrante desse grupo, tive o privilégio de participar do processo. Tivemos, inclusive, subsídios importantes para esta grande e incomum tarefa, à qual o diretor Pretoni se propôs com ajuda do meu amigo e professor Ives Gandra Martins, considerado se não o mais destacado, um dos grandes advogados especializados em direito fiscal. Assim foi que a Associação Brasileira da The Rotary Foundation veio abrir entre nós uma excelente clareira na ação rotária para o acesso dos trabalhos da Fundação Rotária junto às pessoas jurídicas no Brasil.

Hoje, olhando para trás, vemos que foi uma caminhada fértil a da ABTRF, da sua constituição jurídica ao reconhecimento pela Fundação Rotária. Este promissor braço da Fundação Rotária, mercê do trabalho ininterrupto – desde o seu primeiro presidente até o atual, o diretor do Rotary 1999-01 Hipólito Sérgio Ferreira –, tem trilhado um caminho de grande sucesso, elevando sucessivamente as contribuições e, portanto, o caixa da Fundação Rotária em nosso país – destinando parcelas expressivas para importantes projetos que a Fundação oferece aos Rotary Clubs ou distritos.

É com orgulho que os rotarianos e rotarianas devem reconhecer a nossa como a maior organização humanitária mundial.

* O autor é Alceu A. Vezozzo, diretor 2001-03 do Rotary International e presidente do Conselho Honorário da ABTRF.

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