O jovem interactiano Gabriel Kenji Weiss Tomizawa é responsável pelo projeto Baleia Branca

Nos últimos meses, um sinistro jogo viral de automutilação chamado Baleia Azul causou alarme por todo o mundo, principalmente em função dos suicídios registrados entre adolescentes. O jogo teve origem na Rússia em 2015, mas correu por outros países, até que dois casos envolvendo adolescentes brasileiros (um registrado no Mato Grosso e outro na Paraíba) ganharam grande repercussão na mídia em abril deste ano.

Inspirado pela necessidade de alertar os jovens sobre o perigo do jogo e também com a intenção de criar uma agenda positiva que mudasse o foco de interesse dos adolescentes brasileiros, o interactiano e estudante de odontologia Gabriel Kenji Weiss Tomizawa resolveu criar o projeto Baleia Branca, que consiste em propor na internet desafios relacionados ao bem estar e que gerem também atitudes positivas. A página oficial do Baleia Branca é www.facebook.com/ProjetoBaleiaBranca.

Com o apoio da equipe de Comunicação do Rotary International para a América Latina, registramos uma breve entrevista com Gabriel, que é associado ao Interact Club de Pinhais, PR (distrito 4730), e pôde falar um pouco mais sobre o surgimento e os objetivos do projeto.

01 – Como surgiu a ideia de criar uma iniciativa em oposição ao jogo Baleia Azul?

Eu estava em casa olhando meu feed de notícias no Facebook, quando vi uma reportagem compartilhada por outros amigos meus do Interact em suas linhas do tempo. Primeiramente fiquei horrorizado ao ouvir sobre esse “jogo”. Apesar de na hora ter parecido algo bem distante da nossa realidade, logo percebi que um problema desses nunca pode ser considerado distante, quando está afetando a vida de outras pessoas negativamente. Assim como existe a maldade, existe a bondade. Nossa intenção não é abafar o problema real, e sim começar alertando a todos sobre a gravidade do problema, para que haja uma reflexão sobre o que pode estar fazendo esse “jogo” dar certo (no sentido de conseguir ludibriar jovens). Queremos também trazer uma reflexão sobre “o que eu posso mudar para realmente fazer a diferença na minha vida e na vida de outras pessoas?”. Não estamos tentando salvar uma vida, estamos querendo ganhar vidas.

02 – Fale um pouco sobre a Baleia Branca. O que ela significa?

O projeto Baleia Branca tem esse nome primeiramente pra impactar as pessoas com o nome “baleia”, pois não queremos abafar (a repercussão da Baleia Azul) e sim alertar. Já a cor branca foi escolhida pelo seu significado: paz, pureza e limpeza. É também chamada de “cor da luz” porque reflete todas as cores do espectro. A cor branca reflete todos os raios luminosos proporcionando uma clareza total. Somos a luz que reflete os caminhos que farão a diferença em nossas vidas e na das outras pessoas. A Baleia Branca pra mim é uma forma de recomeço, de várias maneiras. Recomeçar a sua vida, seus conceitos, sua forma de agradecer, a forma de perceber como a vida pode ter seus baixos e mesmo assim ainda continuar sendo uma vida e que vale a pena ser vivida.

03 – Qual mensagem você quer passar aos adolescentes com a Baleia Branca?

A mensagem que queremos passar é que existe outro caminho bem longe do caminho de tirar a própria vida. Um dos maiores problemas do suicídio é que ele muitas vezes está relacionado a uma doença, que é muito ridicularizada por aí como “frescura”, que é a depressão. Queremos mostrar aos jovens que podemos fazer uma pequena mudança e mudar totalmente o rumo da nossa vida. Se as pessoas mudassem pequenos hábitos, apenas parando pra refletir, talvez muitos dos problemas enfrentados hoje seriam diminuídos. E a mensagem não é apenas aos jovens. Conheço inúmeras pessoas que passam por situações de insegurança por causa de conflitos em casa e na rua por pessoas de todas as idades.