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Foco em três objetivos

jul 1, 2019

Para onde vamos? Essa foi uma pergunta da revista Fortune no ano 2000, abordando o dilema em que o Rotary se encontrava. Haveria perdido a identidade? Representaria ainda a elite econômica dos países? Acompanharia as crescentes mudanças da sociedade de modo a continuar relevante? Essas questões estão sendo respondidas na medida em que o Rotary formulou um plano estratégico com visão, valores e caminhos. Uma mudança que começará a apresentar resultados.

Mas para onde está indo o Rotary no Brasil e na América do Sul espanhola? Estamos do lado do decréscimo do quadro associativo, junto com Estados Unidos, Canadá e Austrália. Perdemos 5.000 associados líquidos no Brasil e 3.000 nos demais vizinhos nos últimos sete anos.

Qual então o projeto de gestão 2019-21 nessa primeira mensagem como diretor?

Temos, basicamente, três prioridades, sendo o crescimento do quadro associativo a mais difícil e importante. A segunda é aumentar a abrangência da captação e dos projetos da Fundação Rotária e a terceira é a utilização de todas as ferramentas de divulgação de imagem ao nosso alcance: mídia social, impressa, televisiva e sonora. Nenhuma novidade, nada de novo sob o sol.

Na primeira vertente, teremos que inovar. A repetição das mesmas fórmulas não tem alcançado resultados diferentes, o que era de se esperar. Teremos que acionar todo o arsenal de inovações, como os clubes satélites, os clubes temáticos, os clubes corporativos e os clubes passaportes. Revisaremos os clubes com menos de 20 associados e atentaremos principalmente para os distritos que têm entre 1.100 e 1.200 associados, alvos de novo redistritamento pelo Rotary. Convocaremos o Rotaract, que tem 7,5% dos clubes e associados no mundo, comparados com a participação de 4,5% dos rotarianos brasileiros no quadro global. Chamaremos as mulheres para assumir posição de destaque no processo de renovação e dinamismo nos clubes. Contaremos com todos nesse esforço de recolocar o Brasil e a América do Sul no quadro de crescimento. Não temos a pretensão de emular a Índia, que cresceu 56% em dez anos, mas um índice positivo seria alentador.

O mesmo teremos que empreender na Fundação Rotária. Reconhecemos as dificuldades econômicas de um país travado há anos, mas esse ambiente não nos pode cegar a ponto da imobilização. Temos um braço local, a ABTRF, que ampliará sua fórmula de sucesso de Empresas Cidadãs e grandes doadores nos próximos dois anos. Estamos apenas arranhando a superfície dessas duas janelas de oportunidade e os entraves econômicos serão superados pelos rotarianos, como sempre aconteceu.

No terceiro tópico, utilizaremos todas as ferramentas de divulgação à disposição – revista, boletim, TV, rádio, mídia social –, geridas pelo nosso time de comunicação. Tentaremos contato com a grande mídia, montaremos eventos de repercussão nacional, aproveitando nossa reconhecida capilaridade. A gestão terá que fazer valer a credibilidade desfrutada pela instituição há tempos e colocar o Rotary na agenda da mídia quando o assunto for decisões comunitárias.

As propostas foram detalhadas com o time que produzirá os resultados nos distritos: os governadores e os coordenadores regionais. Energia positiva e boa intenção são condições necessárias, mas não suficientes para alcançar resultados, bem sabemos. Mas todos os líderes envolvidos estão conscientes da missão de alavancar o Brasil no quadro do Rotary mundial. Com a participação de todas as lideranças atuais, passadas e futuras, sem desgaste com temas superados, com foco nos três objetivos principais, alcançaremos o patamar que o Brasil merece na instituição.

* O autor é Mário César de Camargo, diretor 2019-21 do Rotary International. 

mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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