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Ela desafia o impossível

jul 25, 2016

Monik Pegorari está determinada a voltar a andar e tem superado todos os diagnósticos

Em seus sonhos, Monik Pegorari de Lima sempre está andando. Nos últimos sete anos, de segunda a segunda, ela faz o máximo para transformar essa imagem em realidade. São oito horas diárias de fisioterapia para manter o condicionamento físico. “Não faço nada além da fisioterapia. Quando sobra algum tempo à noite eu toco violão
ou guitarra. Sou dedicada exclusivamente à fisioterapia até eu voltar a andar. Não tenho lazer nenhum”, conta.

A vida de Monik sofreu uma mudança brusca em 31 de janeiro de 2009. No fim da tarde daquele sábado, ela e o namorado, Osíris Del Corso, subiam uma trilha do Morro do Boi, na praia de Caiobá, no litoral paranaense, para ver o pôr do sol. Osíris, que frequentava o lugar desde a infância, queria apresentar a vista lá do alto para a namorada. Em seguida, eles se encontrariam com a família para um banho de mar. Nada saiu como planejado.

No início da caminhada, o casal foi abordado por um homem armado que o assaltou e tentou violentar Monik. Na tentativa de defender a namorada, Osíris foi ferido fatalmente. Ela também acabou baleada, teve os dois pulmões perfurados e sofreu uma lesão medular. O casal só foi localizado no dia seguinte, quase 24 horas após o atentado.

As primeiras previsões não foram nada favoráveis a Monik. Os médicos não acreditavam na sua sobrevivência. Ela conseguiu, mas os desafios estavam começando. Aos 23 anos, Monik ouviu que passaria o restante da vida sobre uma cama. Para uma jovem praticante de artes marciais, dedicada a ações sociais e estudante de educação física e farmácia, a condição de paraplégica não era suficiente. Monik saiu temporariamente de Curitiba e foi para João Pessoa, onde a
mãe mora e o clima é mais favorável ao seu tratamento. “Tive de aprender como viver numa cadeira de rodas. Precisei aprender coisas básicas. Não tomo banho sozinha, mas agora já estou conseguindo melhor”, diz.

Tanto foco, dedicação e fé trouxeram resultados. Contrariando todos os diagnósticos, Monik consegue ficar sentada. Uma grande conquista foi ter conseguido ficar de pé por 32 minutos, durante a fisioterapia, com a ajuda das barras. Uma possibilidade que os médicos haviam descartado. “Não tem precedente nenhum na medicina, então a gente está inventando um caminho novo e está dando certo”, comemora.

UMA VIDA COM O ROTARY
A ruptura trágica de que foi vítima não tirou de Monik a alegria de viver. “Eu sou feliz pra caramba, não consigo ser de outra forma”, afirma. Também não a afastou de uma de suas vocações: as ações sociais. Em 2009, Osíris e Monik eram, respectivamente, presidente e vice-presidente do Rotaract Club de Curitiba-Avenida das Torres. Ela havia presidido o clube no ano anterior e sua ligação com o Rotary vem de longa data, desde o Interact. “Passei minha vida inteira na Família Rotária, desde os 13 anos até hoje. Grande parcela da minha formação, como valores, por exemplo, vem da Família Rotária. Eu os tenho como parte da família, como meus pais”, conta.

Monik não se desligou de seu Rotaract Club de origem e faz as ações sociais na capital paraibana. Este mês, ela completa 31 anos. Pela regra, terá de deixar o Rotaract, mas não pretende dizer adeus ao Rotary: “Meu próximo destino, provavelmente, será o Rotary Club de Curitiba-Avenida das Torres. Sempre que encontro os rotarianos eles
me falam que tenho de entrar para o clube”.

A história de Osíris e Monik, desde a infância, passando pela ligação com o Rotary até chegar ao crime de que foram vítimas e a recuperação da jovem, está narrada no livro Morro do Boi – Das sombras à esperança, escrito por Mirian Paz de Almeida em colaboração com Monik e com coordenação de Maria Zélia Del Corso, mãe de Osíris. A obra teve lançamentos bem-sucedidos em Curitiba e João Pessoa e foi escrita com o propósito de ajudar a levantar recursos para o tratamento de Monik. Para amenizar os custos de publicação, a família de Osíris criou uma editora própria, a InterStudy Corso, pela qual o livro foi lançado. Monik precisa de cerca de um milhão de dólares para se submeter
a um transplante de células-tronco nos EUA. A cirurgia será um passo fundamental na caminhada da jovem que não se rendeu ao que disseram ser impossível.

Informações sobre o livro Morro do Boi podem ser obtidas pela página de Monik no Facebook, em www.facebook.com/Nik-Pegorari
A obra também pode ser solicitada pelo site Mercado Livre, em www.mercadolivre.com.br

*Texto: Renata Coré

**Foto: James Marçal

(Esse conteúdo foi publicado na página 15 da edição de junho de 2016 da Revista Rotary Brasil.)

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