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Dez true news que você deveria saber sobre a Fundação Rotária

dez 7, 2020

Prometi na edição anterior que daria uma pausa no assunto monotemático do diretor: desenvolvimento do quadro associativo (DQA). Falaremos desta vez sobre a Fundação Rotária, apesar de contarmos com o especialista Hipólito Ferreira no Brasil e América do Sul. O curador e eu trocamos ênfases durante toda a gestão, ele alertando para a prioridade do DQA, eu mencionando a Fundação Rotária como a melhor ferramenta de engajamento de rotarianos de que dispomos.

Ao contrário das famosas fake news, nós rotarianos somos adeptos das true news, notícias fundamentadas, com números, transparência, fatos, comunicados à imprensa, registro fotográfico de projetos, auditoria de campo. Vamos às dez true news, notícias verdadeiras sobre a Fundação Rotária, neste ano 2020-21:

1 – As contribuições até 31 de outubro superaram o orçamento em 10 milhões de dólares: eram previstos 149,4 milhões e foram captados 159,5 milhões, o que evidencia a confiança na Fundação, apesar da crise da Covid-19;

2 – Os investimentos foram de 146,9 milhões de dólares contra 104,5 milhões orçados. Este “excesso” de 42,4 milhões investidos decorrem do êxito dos Subsídios Globais. Como disse o chairman Ravi Ravindran, somos vítimas do nosso próprio sucesso. Esses números não incluem o Fundo Polio Plus, que continua de 150 milhões de dólares anuais;

3 – Em 2013-14, eram 868 projetos para 45 milhões de dólares investidos; em 2019-20, foram 100 milhões para 1.350 projetos (este ano, vide item 2). Enquanto os investimentos aumentaram 123% no período acima, a captação aumentou 5%; portanto hoje há uma pressão considerável sobre o caixa da Fundação;

4 – No Brasil, a ABTRF tem, até outubro, 1.027 empresas e clubes cidadãos cadastrados. O projeto é incrementar para 3.000 contribuintes no triênio 2019-22, o que garantiria 3 milhões de dólares anuais de receita;

5 – O Seguro Solidário, programa com o parceiro Porto Seguro e seguradoras do grupo, tem hoje 21 mil CPFs cadastrados, resultado da campanha do ano passado. Neste ano, o objetivo é dobrar a meta (sem piada, por favor) e atingir 41 mil CPFs cadastrados (ops, a matemática indica 42 mil, mas deixa pra lá);

6 – O Rotaract, sponte sua, mobilizou suas fileiras para engajar-se na captação de recursos para o combate à pólio e arrecadou 13.230 dólares para o Fundo Polio Plus na campanha de outubro último. Isso é uma evidência do acerto da decisão do Rotary em elevar o Rotaract à condição de parceiro;

7 – Há uma revolta na fixação do dólar rotário. Como diretor, recebo manifestações iradas sobre a taxa de 5,72 reais válida para novembro. Mas toda moeda tem duas faces:

  • A taxa de câmbio é fruto da política econômica governamental de câmbio alto e juro baixo, não é do Rotary;
  • Nenhum dos 24 distritos brasileiros reclamou da taxa de câmbio quando, sem contrapartida alguma, recebeu 25 mil dólares da Fundação Rotária para o combate à Covid-19;
  • Também foi esquecido o fato de que, sendo recurso do Fundo Distrital de Utilização Controlada, o dólar foi investido há três anos, em 2017, com taxa média de 3,19 reais. Esse investimento foi retornado agora, em 2020, com taxa média de 5,40 reais, portanto com apreciação de 69% no triênio. Tampouco registrei reclamações dos rotarianos a respeito. Vale para a ida, vale para a volta;

8 – Até 10 de novembro, foram contabilizados 133 casos de pólio no mundo, segregados ao Paquistão e Afeganistão. Todos devem saber que, em agosto, a África foi declarada livre da pólio. O monitoramento e a logística apurada estão permitindo detectar casos em locais antes inacessíveis. Além disso, é verdade que a infraestrutura montada para o combate à pólio está ajudando na detecção da Covid-19 em determinados países, assim como ajudou no caso do ebola. Também procede a informação de que a “cadeia fria” estruturada para a pólio poderá ser utilizada numa campanha de vacinação contra a Covid-19, que dela necessite;

9 – Paradoxalmente, a taxa de vacinação contra a pólio no Brasil despencou nos últimos anos. Falta de casos desde 1989, insensibilidade da população ao tema, fake news sobre danos decorrentes da vacinação, falta de mobilização. O índice de 61,2% de crianças vacinadas (dados de 17 de novembro) está muito abaixo dos 95% necessários para a imunidade coletiva, com incríveis 53,1% em São Paulo;

10 – No ano passado, tivemos o primeiro caso de captação de recursos testamentários, alcançando quase 900 mil dólares, parte doada em 2019-20 e o saldo em 2020-21. Espero ser esse o primeiro de muitos casos nessa modalidade de doação, uma vez aberto o caminho. Apesar do dólar, a captação até outubro superou 1,5 milhão de dólares, uma prova da resiliência e crédito do rotariano na Fundação Rotária.

Muitos números, admito. Mas o verdadeiro motor sustentando esses números está nos clubes, nos distritos, nas comunidades: o rotariano. Vocês permitem à Fundação continuar fazendo o bem no mundo. E, aproveitando a oportunidade: um Natal especialmente feliz neste aziago ano de 2020, e que 2021 seja o primeiro ano do resto de nossas vidas.

* O autor é Mário César de Camargo, diretor 2019-21 do Rotary International.

mario.cesar@graficabandeirantes.com.br

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